Crimes da paixão: uma história de gênero na cidade de Bagé.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Silva, Lourdes Helena Martins da
Orientador(a): Gill, Lorena Almeida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Departamento: Instituto de Filosofia, Sociologia e Politica
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5091
Resumo: Quer-se, neste estudo, problematizar as representações jurídicas presentes em julgamentos pelo Tribunal do Júri de homicídios passionais cometidos por mulheres de classe média, em Bagé, uma cidade da fronteira oeste do Rio Grande do Sul. Identificou-se, nos casos de maior repercussão na imprensa escrita local, a invisibilidade desses delitos, em comparação com aqueles praticados por pessoas do sexo masculino. As mulheres e os homens que cometem crimes da paixão são julgados por diferentes atributos sociais, observando-se seu distanciamento ou aproximação, em suas práticas cotidianas dos papéis sexuais masculino e feminino. As versões produzidas no processo judicial terminam por trabalhar com essas noções reveladas por um habitus, que ainda privilegia o masculino, funcionando o Tribunal do Júri como instância oficial de recontextualizaçao, traduzindo-se o discurso de verdade por ele produzido em uma verdadeira ação pedagógica que reforça normas de comportamento. As mulheres estão mais sujeitas ao controle social exercido pelas instituições de controle informal. Quando ela passa a ser sujeito do controle formal exercido pelo sistema de justiça, ela é submetida a uma lógica pautada na invisibilidade das questões de gênero. Utiliza-se especialmente história oral temática, com análise documental de processos judiciais e notícias jornalísticas. Como marco teórico refere-se a Bourdieu (1999, 2006), Foucault (2007), Perrot (2001, 2007) e Correa (1981, 1983).