Análise do emprego do marcador conversacional né? na fala de Pelotas/RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Palla, Fabiana Fagundes
Orientador(a): Amaral, Luís Isaías Centeno do
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Centro de Letras e Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/ri/2730
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo apresentar, através da análise de entrevistas narrativas transcritas, o emprego do marcador conversacional (MC) né? na fala de gaúchos da cidade de Pelotas/RS. O marcador supracitado é interpretado em seus contextos e condições de produção e não de forma isolada, uma vez que aparece nas atividades interacionais durante as entrevistas narrativas, sendo estas reconhecidas um gênero da pesquisa sociolinguística. Para tanto, nos valeremos de dois corpora, um escrito e um oral, o primeiro, formado em sua totalidade por 25 peças teatrais, datadas de 1842 a 1981, e que nos indicarão o percurso do MC né? da sua mais antiga até sua forma atual, em que situações ele é utilizado, e quais as características extralinguísticas das personagens que o utilizam; o segundo, composto por entrevistas narrativas pertencentes ao banco de dados VarX de 36 informantes (homens e mulheres), metade deles pertencente à classe média alta e metade pertencentes à classe baixa, todos moradores de Pelotas. A variável principal considerada neste trabalho foi classe social e, dentro deste corpus ainda foram considerados os fatores grau de instrução (escolaridade) e faixa etária dos entrevistados. Entendemos a variável linguística segundo a perspectiva laboviana, como um elemento variável interno ao sistema e controlado por uma única regra. Desta maneira, tornaram-se necessários estudos que envolvessem fatores de gramaticalização, segundo a perspectiva de Martelotta (2003), pois o MC objeto de análise deste trabalho sofreu/sofre mudanças e/ou variações lexicais, morfológicas, fonológicas e ainda semânticas; este aspecto será tratado sob o ponto de vista pancrônico com o intuito de perceber variações que se converteram ou não em mudanças. Analisamos com base nas concepções teóricas da Sociolinguística Variacionista e do Funcionalismo norte-americano, os aspectos que são peculiares a cada grupo e a identificação de características linguísticas próprias das comunidades de fala desta região (registros) bem como demonstramos que seus usos são muito frequentes nas mais diversas situações, estando presentes na fala de homens e mulheres, nas diferentes faixas etárias, classes sociais e níveis de escolaridade, não devendo, portanto, carregar o estigma de vícios de linguagem atribuídos a grupos sociais específicos.