Feminização do magistério no ensino secundário do Colégio Municipal Pelotense (1940-1960).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Xavier, Bruna de Farias
Orientador(a): Weiduschadt, Patrícia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7766
Resumo: A presente dissertação investiga o processo de feminização no magistério do ensino secundário do Colégio Municipal Pelotense, localizado na cidade de Pelotas-RS. Busca compreender a formação e atuação das primeiras professoras, analisando as possíveis relações, referentes à categoria de gênero na docência, que se estabeleciam na instituição no período compreendido entre as décadas de 1940 e 1960. Neste estudo, parte-se da análise de documentos escolares encontrados no acervo do referido colégio, priorizando algumas fontes como fichas funcionais e de assentamento, além de três entrevistas realizadas com dois ex-professores. Pressupõe-se através das fontes analisadas que o ensino secundário da época ainda era reservado prioritariamente aos homens, tanto em disciplinas relacionadas à área das Ciências Humanas como também nas disciplinas voltadas às Ciências Exatas. Como principais referências, a pesquisa encontra aporte teórico em Amaral (2005) em relação ao Colégio Municipal Pelotense e a influência da maçonaria em sua organização; Almeida (1998), Chamon (2005), Louro (1987, 1997) e Matos (1997, 2013), em relação à feminização do magistério e às questões de gênero impostas pela sociedade; Pesavento (2004), sobre a história cultural e a problematização dos diversos documentos encontrados; Julia (2001), Faria Filho et al. (2004) e Vidal (2005; 2009) no que concerne à cultura escolar que auxilia no modo de compreender o cenário no qual estão inseridas as práticas escolares e os modos de atuação de professores, especialmente no tocante à atuação feminina. A pesquisa divide-se em dois focos de análise: o primeiro, direcionado à presença e admissão das primeiras sete professoras atuantes na área das Ciências Humanas (décadas de 1940-1950), admitidas em grande parte pelo capital cultural (BOURDIEU, 1974; 2001) e inserção na sociedade, fatos que as permitiam lecionar disciplinas de Línguas Estrangeiras, Economia Doméstica, Canto Orfeônico, Trabalhos Manuais e Educação Física; e, o segundo foco, no qual a análise recaiu sobre a admissão das quatro primeiras professoras contratadas na área de matemática, mostrando, assim, o início da docência feminina no ensino secundário na área das Ciências Exatas, na década de 1960, quando foi legitimada a partir da formação dessas profissionais com o curso superior na referida área.