Abandono de estações férreas: cartografia sensível na fronteira Brasil-Uruguay

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Forneck, Vanessa
Orientador(a): Rocha, Eduardo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Departamento: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9072
Resumo: Por aproximadamente um século, o sistema ferroviário esteve envolvido de forma mais ativa nas dinâmicas urbanas, fazendo parte da história e da vida das pessoas. As estações férreas compunham esse cenário, pois eram os locais de embarque e desembarque de passageiros e mercadorias. No entanto, a partir da década de cinquenta, o sistema ferroviário começa a declinar e, por volta de 1990, ocorre a extinção do transporte de passageiros em muitas cidades. As estações férreas tornaram-se obsoletas e, por consequência, criaram-se em seu entorno territórios abandonados. A partir da aproximação entre as teorias do urbanismo contemporâneo com a filosofia da diferença, o objetivo principal desta pesquisa é cartografar e investigar os territórios do abandono das estações férreas nas cidades-gêmeas de Jaguarão-Rio Branco e Santana do Livramento-Rivera, na fronteira Brasil-Uruguay. A finalidade é compreender as relações desse abandono com as práticas urbanas na contemporaneidade, possibilitando a abertura para novas formas de releitura da cidade levando em conta nossa sensibilidade. O estudo se desenvolve por meio do método da cartografia sensível, que visa explorar um território a partir da imersão corporal da pesquisadora no plano da experiência. Os resultados anunciam, com os mapas dos encontros e os mapas das intensidades, as potências através das rupturas marcadas na malha urbana e no corpo da cartógrafa que caminha pelos trilhos do trem até as estações férreas. Com isso, conclui-se pela sobreposição desses mapas, que esses territórios são constituídos por múltiplas camadas que revelam histórias, encontros, conexões, sentimentos e memórias. A experiência sensível nos aproxima com o plano real, em um ritmo mais lento, onde prevalece a importância da fala, da escuta, da pausa, do silêncio, como uma forma potente de sentir e experimentar a cidade através da nossa sensibilidade.