A descaracterização dos centros históricos segundo a percepção do morador: o caso de Bagé - RS.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Alves, Adriane Luiz
Orientador(a): Portella, Adriana Araujo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Departamento: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5216
Resumo: As cidades brasileiras vêm passando por um processo de descaracterização dos centros históricos, onde prédios e espaços públicos são alterados de forma desordenada, desconsiderando a importância de preservar a história e a memória da cidade. Essas mudanças podem afetar a capacidade de reconhecimento de uma evolução histórica da paisagem urbana que, com a transformação, tende a perder seus valores históricos e a riqueza cultural do lugar. Tal situação, portanto, pode afetar a percepção que o morador tem do local, bem como do espaço urbano. Diante disso, esta pesquisa tem como objetivo investigar o impacto das descaracterizações de prédios históricos, segundo a percepção dos moradores e a consciência desses sobre a importância de tal fenômeno. Assim, pretende-se avaliar a imagem que as pessoas têm do lugar e se a identidade do espaço urbano está se perdendo para futuras gerações. A escolha do centro histórico de Bagé, no Rio Grande do Sul, como objeto de estudo, foi em razão da importância dessa cidade na formação das fronteiras do Estado e do Brasil. Foi considerada área de interesse histórico e cultural pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Bagé - RS e também por estar em processo de tombamento pelos órgãos de preservação (IPHAN e IPHAE). Neste estudo, foram utilizados métodos e técnicas da área de Ambiente-Comportamento. A investigação foi operacionalizada em duas etapas: na primeira fase foi efetuado o levantamento das características físicas, de usos e o mapeamento do grau de descaracterização dos prédios históricos catalogados pelo IPHAN no ano de 2009 e, estes, comparados com os prédios dos anos de 2015. Na segunda etapa foi identificada a percepção de moradores e não moradores do centro histórico através dos seguintes procedimentos: realização das entrevistas, mapas mentais (aplicados a adolescentes em três escolas da área central e três da periferia) e aplicação de questionários com moradores do centro e dos bairros. Com os resultados, foi possível elaborar as conclusões sobre as descaracterizações, a partir da percepção das perdas do patrimônio arquitetônico e cultural da cidade. Com a inferência, constatou-se a necessidade de uma postura ética-estética dos planejadores urbanos e da conscientização da população em relação à riqueza arquitetônica dos prédios e espaços construídos da região. As omissões e intervenções inadequadas podem excluir parte significativa da história do lugar e provocar sua degradação física, social e cultural. Compromete, portanto, sua sustentabilidade, exigência do momento contemporâneo e que se constitui na grande demanda do Século XXI.