Avaliação microbiológica e epidemiológica de causas de condenação e contaminação de carcaças e órgãos durante o abate de Búfalos e Suínos, em frigoríficos de Pelotas e do Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Machado, Gilmar Batista
Orientador(a): Silva, Éverton Fagonde da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Veterinária
Departamento: Faculdade de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4802
Resumo: O Rio Grande do Sul (RS) destaca-se na produção de animais e de carnes. Porém, tanto para o comércio externo quanto interno, os cuidados com segurança alimentar devem ser observados durante todas as etapas da produção e do abate de animais. A avaliação da presença de microrganismos presentes na carcaça, órgãos e seus derivados nas etapas do abate são importantes para a prevenção de doenças e riscos para a saúde pública. O presente trabalho objetivou revisar a bibliografia sobre a importância da salmonelose na suinocultura brasileira, realizar o isolamento de Salmonella em cinco pontos do abate de suínos em abatedouro com inspeção estadual no município de Pelotas, RS, realizando a avaliação da suscetibilidade dos isolados a sete agentes antimicrobianos, e realizar uma análise epidemiológica das principais causas de condenação de órgãos e carcaças encontradas durante a inspeção post-mortem de bubalinos em abatedouros com inspeção estadual no RS. Para o isolamento das salmonelas realizou-se a coleta de 200 amostras em cinco pontos (P) distintos durante o abate de suínos: - swab anal na seringa (P1); - pele após escaldagem e depilação (P2); - swab interno de carcaça após evisceração (P3); - Conteúdo cecal (P4); e – swab de pele após chuveiro final (P5). Após o isolamento, as cepas foram testadas quanto à resistência in vitro aos antimicrobianos ampicilina, tetraciclina, trimetropim, gentamicina, norfloxacina, estreptomicina e neomicina. Para a avaliação epidemiológica das principais causas de condenação de carcaças e órgãos de búfalos, realizou-se um estudo retrospectivo sobre o abate de 5614 animais, inspecionados pelas técnicas de exame visual, palpação e incisão de órgãos, em 19 supervisões regionais do Departamento de Produção Animal (DPA) do Estado do RS. Como resultados, obteve-se 23 (11,5%) isolados de Salmonella, sendo divididas em 3 (7,5%) do P1, 8 (20%) do P2, 1 (2,5%) do P3, 10 (25%) do P4 e 1 (2,5%) do P5. Destes isolados 100% (n=23) apresentaram resistência à tetraciclina e trimetropim, 86,95% (n=20) à ampicilina, 69,56% (n=16) à gentamicina, 26,08% (n=6) à norfloxacina, 65,21% (n=15) à estreptomicina e 17,39% (n=4) à neomicina. Quanto ao abate de Búfalos, a principal causa de condenação de órgãos foi a congestão de rins e pulmões (10,44%), seguida por nefrite (8,48%). Entre as doenças infecciosas e parasitárias, a mais freqüente foi a fasciolose (6,16%), seguida pela hidatidose (4,11%), actinobacilose (0,50%), cisticercose (0,43%) e tuberculose (0,02%). Assim, concluímos que embora o abate de suínos utilize medidas profiláticas e siga a legislação vigente é possível isolar Samonella na linha de abate, as quais são resistentes aos principais antimicrobianos utilizados em humanos e animais. Quanto ao abate de búfalos, concluí-se que a Fasciolose e a Cisticercose são as principais causas de condenação de órgãos e carcaças no RS, respectivamente, embora outras causas inespecíficas de condenação devem ser consideradas.