Avaliação do impacto de dietas hipercalóricas com diferentes percentuais de participação de alimentos ultraprocessados em parâmetros antropométricos, bioquímicos e oxidativos de ratos Wistar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Ana Carolina Teixeira de
Orientador(a): Baldissarelli, Jucimara
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Bioprospecção
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/11535
Resumo: Um paralelo pode ser traçado entre o aumento na disponibilidade e consumo de alimentos ultraprocessados e o crescimento da prevalência da obesidade no Brasil, conforme demonstrado por evidências epidemiológicas. Os ultraprocessados são formulações hipercalóricas e nutricionalmente desbalanceadas feitas a partir de um extenso processamento industrial. A correlação entre o papel dos ultraprocessados na obesidade é fortemente respaldada por estudos populacionais, entretanto, uma importante lacuna de estudos clínicos e pré-clínicos visando o estabelecimento de causalidade permanece a ser preenchida. Neste contexto, o presente trabalho objetivou a avaliação do impacto de dietas com o mesmo conteúdo energético e diferentes percentuais de participação de ultraprocessados em parâmetros de ingestão alimentar, antropométricos, bioquímicos, endócrinos e oxidativos de ratos Wistar. Os animais foram divididos entre grupo Controle (que recebeu ração comum do biotério), grupo AIN-93G, (que recebeu dieta homônima e foi um controle positivo, servindo como base para o valor calórico total das demais dietas), grupo POF e grupo UP, os quais contaram com 20% e 40% de ultraprocessados na composição da ração, respectivamente; os grupos intervenção utilizaram a Pesquisa dos Orçamentos Familiares (POF 2017-18), uma pesquisa nutricional a nível nacional, para definição dos alimentos de sua composição, objetivando a criação de um modelo de obesidade induzida por dieta que representasse adequadamente a alimentação brasileira. Os resultados obtidos demonstraram que a dieta POF causou maior adiposidade independentemente de um maior consumo alimentar e calórico. Foi observado também um aumento nos níveis de leptina e insulina neste grupo, hormônios chave na regulação da homeostase energética, que apresentam ação prejudicada na obesidade, corroborando com a hipótese de que estes alimentos atuam desregulando o controle da fome e saciedade. Também, maiores níveis de espécies reativas de oxigênio foram encontrados no grupo UP, entretanto não foi demonstrado dano oxidativo em soro ou tecidos. Demais parâmetros analisados tiveram pouca ou nenhuma alteração estatisticamente significativa. Os resultados indicaram o potencial obesogênico da alimentação brasileira contemporânea e a necessidade de mais estudos para o esclarecimento dos mecanismos envolvidos. Em resumo foi possível obter evidências adicionais que dão suporte à importância na redução do consumo de alimentos ultraprocessados para prevenção e tratamento da obesidade no Brasil.