Comparação da administração ad libitum de dietas “very low fat” e cetogênica em camundongos e os reflexos fisiológicos da não adesão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Clédia Silveira Flores da
Orientador(a): Barros, Carlos Castilho de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Alimentos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/15548
Resumo: A obesidade constitui uma ameaça significativa à saúde pública, pois eleva o risco de doenças crônicas não transmissíveis, impactando negativamente a qualidade de vida, a produtividade no trabalho e gerando altos custos para o sistema de saúde. Essa condição multifatorial decorre de um balanço energético cronicamente positivo. Nesse contexto, alcançar um balanço energético negativo é essencial para o enfrentamento da obesidade, com recomendações que combinam dieta e exercício físico. Entre as abordagens dietéticas disponíveis, a dieta cetogênica se destaca por sua elevada ingestão de lipídios e baixo consumo de carboidratos. Além disso, há uma escassez de estudos na literatura que investiguem os efeitos de dietas com quantidades muito baixas de lipídios e ricas em carboidratos. Diante desse cenário, o presente estudo teve como objetivo analisar os efeitos da administração ad libitum de uma dieta very low fat (VLF) em comparação com a dieta cetogênica (KD), bem como suas versões intermitentes (IVLF e IKD), em camundongos C57BL/6. Os animais foram alimentados com suas respectivas dietas durante 24 semanas. Os grupos intermitentes alternaram entre a dieta específica e a ração controle. O teste de tolerância à glicose foi realizado na 23a semana. Foram avaliadas a composição corporal, as alterações no metabolismo glicêmico e a expressão gênica de enzimas glicolíticas e lipolíticas nos tecidos hepático, renal e muscular, utilizando a técnica de Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real. Os resultados mostraram que o grupo KD reduziu o percentual de gordura corporal a partir da 16ª semana, apresentando valores significativamente menores na 22ª semana em comparação aos outros grupos (p < 0,05). Além disso, a expressão do transportador de glicose 2 foi menor em relação ao Ctrl (p=0,0327) e VLF (p=0,0128). A expressão de Stearoyl-CoA reductase 1 também foi menor no grupo KD em comparação ao Ctrl (p=0,0244). Em contrapartida, o grupo IKD apresentou aumento na ingestão alimentar e no percentual de gordura corporal nas semanas 17 a 19, além expressão elevada de Stearoyl-CoA reductase 1 em relação ao grupo KD (p=0,0279). A Stearoyl-CoA reductase 1 estava mais elevada no grupo IVLF do que no KD (p=0,0196), e a expressão de Acetyl-CoA carboxilase 1 também foi maior no IVLF (p=0,0243). Conclui-se que a dieta cetogênica promove perda de peso e altera a expressão genética de enzimas lipogênicas. O ganho de peso no grupo IKD sugere que a dificuldade em manter a adesão a dietas restritivas pode levar ao ganho de peso indesejado.