Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Santos, Tereza Cristina Barbosa Duarte dos |
Orientador(a): |
Alfonso, Louise Prado |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Antropologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/13757
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Resumo: |
A tese traz uma reflexão, a partir dos referenciais teóricos e metodológicos da Antropologia, sobre as agressões decorrentes do racismo estrutural, sofridas por mulheres negras na sociedade, e o espelhamento dessas dinâmicas em espaços acadêmicos, considerando principalmente o contexto da cidade de Pelotas-RS e região. A negação da intelectualidade, da cultura, religião e do corpo da mulher negra, ainda reverberam, associando a uma identidade ligada à objetificação, hipersexualização, servidão. Nesse sentido o entrelugar (Bhaba, 2010) refere-se à resistência a naturalização da invisibilidade dessa mulher negra na academia, ressignificando essa presença e produzindo a construção de outras subjetividades. A herança do período escravocrata, e de um pós-abolição sem um projeto de inclusão que proporcionasse condições mínimas de uma vida digna para a população negra, tornou a caminhada deste grupo árdua e por vezes análogas as condições vividas no período do cativeiro. Deste modo, partir da trama entre o campo e o vivido, problematizo ausências e violências presentes no contexto acadêmico, como um reflexo da nossa sociedade. Para tanto, considero na escrita não apenas o contexto atual, mas memórias, conexões com outros atores sociais ao longo de minha vida e trajetória acadêmica. O cerne deste texto está amparado em relatos de interlocutores e interlocutoras e em dados de pesquisas realizadas em redes sociais como Facebook, Instagram e Twitter, considerando o cenário pandêmico (COVID-19). Dessa maneira, pensando sobre a continuidade de nossas histórias, e da necessidade de materializar as discussões oriundas da pesquisa, produzi um vídeo etnográfico sobre a percepção de mulheres negras de diferentes faixas etárias, e suas vivências em Instituições de ensino superior, considerando a construção de seu(s) entrelugar(es) no espaço acadêmico, associando a poesia, música e o legado espiritual da população negra através das rezas da Nação Cabinda. Essa etnografia, construída coletivamente, foi sendo entrelaçada através dessas narrativas, tendo em comum a resistência, estratégias de permanência e a importância das suas redes de apoio, como determinantes para que seguissem em suas trajetórias acadêmicas e profissionais. O documentário cujo título é: “Airi: do tumbeiro a academia”, tem a intenção de exaltar a caminhada ancestral de resiliência do povo negro, e que é através dela, e de mudanças no campo de possibilidades (Velho, 2003) que a educação proporciona, que estamos lutando pelo nosso lugar enquanto intelectuais. As discussões presentes no texto da tese, corroboram com pensamentos de autores e autoras negros/as, como Almeida (2019), Kilomba (2019), Moreira (2019), Munanga (2005), Ribeiro (2019) entre outros. |