Fibrose pulmonar multinodular dos equinos no sul do Rio Grande do Sul: patologia e diagnóstico diferencial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Pablo Estima
Orientador(a): Schild, Ana Lucia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Veterinária
Departamento: Faculdade de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4663
Resumo: Esta dissertação teve o objetivo de descrever um caso de fibrose pulmonar multinodular equina (EMPF) diagnosticada no Laboratório Regional de Diagnóstico da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal de Pelotas (LRD/UFPel). Os sinais clínicos caracterizaram-se por dificuldade respiratória, febre intermitente, anorexia e dispneia, com evolução de aproximadamente 10 dias. Macroscopicamente havia aumento de volume dos pulmões e nódulos esbranquiçados, pálidos, firmes e bem delimitados, de aproximadamente 7-10 cm de diâmetro, distribuídos pelo parênquima. Histologicamente, o tecido pulmonar apresentava nódulos caracterizados pela presença de espaços alveolares, com paredes revestidas por epitélio cuboidal achatado, contendo macrófagos e neutrófilos e havia, também, linfócitos e hiperplasia de pneumócitos tipo II e eventualmente células gigantes multinuacleadas. O interstício estava acentuadamente espessado por tecido conjuntivo fibroso maduro e por colágeno. Havia corpúsculos de inclusão intranucleares em macrófagos. A técnica de reação em cadeia de polimerase (PCR) para detecção do DNA de HVE-5 resultou positiva. Após a confirmação do diagnóstico foi realizado um estudo retrospectivo de casos de pneumonia com fibrose intersticial diagnosticados em equinos no LRD entre 2000 e 2015. De um total de seis casos diagnosticados com pneumonia e fibrose intersticial, dois equinos apresentaram lesões macroscópicas e histológicas similares às de EMPF, porém resultaram negativos na PCR para detecção de herpesvirus equino tipo 5 (HVE-5). Outros quatro casos apresentaram padrão histológico incompatível com EMPF descartando-se a possibilidade de tratar-se da doença. Este é o segundo relato da doença no Brasil, que foi descrita pela primeira vez em 2007 nos Estados Unidos. Concluiu-se com este estudo que EMPF é uma enfermidade esporádica, no entanto, deve ser levada em consideração em casos de doença respiratória em equinos. A descrição dos casos diagnosticados é importante para alertar veterinários sobre a ocorrência da mesma no Brasil. É necessário estabelecer o real papel do HVE-5 na patogenia da doença. Casos de fibrose pulmonar semelhantes à EMPF em que não esteja presente o vírus devem ser estudados a fim de ficar estabelecido se poderia ser uma forma idiopática da mesma doença.