Revestimentos à base de amido na conservação pós-colheita de pedúnculos de caju anão precoce CCP-76 e goiabas Paluma

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Carneiro, Lucia Cesar
Orientador(a): Moreira, Angelita da Silveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4535
Resumo: Este trabalho teve por objetivos prolongar a vida pós-colheita de pedúnculos de caju anão precoce do clone - CCP-76 e goiabas Paluma, por meio de atmosfera modificada obtida com revestimentos à base de amidos. O estudo foi dividido em duas etapas. No primeiro momento obteve-se xantana pruni para uso como estabilizante dos revestimentos; e amidos de arroz, feijão e de mandioca, que foram modificados por tratamento térmico de baixa umidade - TTBU (24% de água/110ºC/60 min). Os amidos nativos e modificados foram caracterizados quanto aos teores de umidade, poder de inchamento (PI), claridade de pastas, índice de cristalinidade e morfologia dos grânulos. Posteriormente, foram produzidos filmes por casting, sendo avaliados quanto à morfologia. Os géis ou pastas de amido modificado apresentaram redução no PI, da claridade de pastas e do índice de cristalinidade. O TTBU gerou filmes com melhor continuidade da matriz em comparação com filmes de amidos nativos. A segunda etapa constou de três experimentos, com aplicação de recobrimentos em frutos, sendo, dois em pedúnculos de caju anão clone (CCP) 76 e outro com goiabas Paluma. No primeiro experimento com caju foram testados dois revestimentos à base de amidos nativos e xantana: (T1) 3,0% amido de arroz, 0,3% xantana e 3,0% sorbitol (m/v); (T2) 3,0% amido de feijão, 0,3% xantana e 3,0% sorbitol (m/v), frutos sem revestimento serviram como controle. Os frutos foram recobertos por imersão e armazenados a 7±1°C, 90±5% UR, por 8 dias. Avaliou-se a perda de massa (PM), firmeza de polpa (N); aparência externa (AE); sólidos solúveis (°Brix), acidez titulável (AT), pH, vitamina C e coloração (L*, c* e °Hue). Os revestimentos incrementaram a aparência, mas não foram eficientes para retardar a PM. No segundo experimento com caju foram testados quatro revestimentos à base de amidos modificados fisicamente por TTBU, xantana ou quitosana: (T1) 4,0% amido de arroz, 0,3% xantana, 2,0% sorbitol e 0,02% de fosfato de cálcio (m/v); (T2) 4% amido de arroz, 0,7% quitosana, 2,0% sorbitol e 0,02% fosfato de cálcio (m/v); (T3) 4% amido de mandioca, 0,3% xantana, 2,0% sorbitol e 0,02% de fosfato de cálcio; (m/v); (T4) 4,0% amido de mandioca, 0,7% quitosana, 2,0% sorbitol, 0,02% de fosfato de cálcio (m/v). Previamente foram elaborados filmes por casting, avaliando-se a espessura, permeabilidade ao vapor de água (PVA), solubilidade em água e opacidade. A combinação dos amidos com quitosana gerou filmes mais finos, com menor PVA. As soluções aplicadas como revestimentos foram eficazes no retardo da degradação da vitamina C por até quatro dias de armazenamento em condições semelhantes ao experimento anterior. Para o experimento com recobrimentos em goiabas Paluma, foram estudados quatro tipos de revestimentos à base de amido nativo e modificado de mandioca e quitosana: (1) 3,0% amido de mandioca (AM), 0,3% quitosana (Q); 0,9% sorbitol (S) m/v; (2) 3% AMM, 0,3% Q, 0,9% S (m/v); (3) 2,7% AM, 0,6% Q, 0,9% S (m/v); (4) 2,7% AMM, 0,6% Q, 0,9% S (m/v). Investigou-se as propriedades de filmes elaborados por casting, incluindo umidade, solubilidade em água, espessura, PVA, resistência à tração e elongação e morfologia. A combinação da menor concentração de amido com a maior concentração de quitosana (T3 e T4) tornou os filmes mais resistentes à tração e elongação, mas, o uso do amido modificado resultou em menor 9 luminosidade e aumento da opacidade. Os revestimentos aplicados em goiabas proporcionaram redução da PM ao longo do armazenamento (8±1°C e UR 90±2%) por 20 dias, comparados aos frutos do tratamento controle. O revestimento composto com a maior concentração de amido nativo (T1) foi o mais eficiente, proporcionando redução de 34% de perda de massa em relação aos frutos não revestidos. Para a cor, após oito dias de armazenamento até 20 dias o melhor desempenho foi alcançado pela utilização do revestimento com a menor concentração de amido modificado. Com o avanço do tempo de armazenamento os frutos revestidos mantiveram maiores teores de carotenoides totais e de clorofilas totais quando comparados aos frutos não revestidos.