O comércio em cidades de fronteira entre Brasil e Uruguai : identificando padrões nos tecidos intraurbanos de Aceguá/Acegua, Chuí/Chuy e Sant'ana do Livramento/Rivera.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Moraes, Felipe Dotto de
Orientador(a): Polidori, Maurício Couto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Departamento: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5356
Resumo: Cidades de fronteira entre o Brasil e o Uruguai apresentam continuidade espacial em suas malhas urbanas como se fossem uma cidade apenas, porém são administradas de modo independente, devido ao limite entre os países. Tal fenômeno tem papel preponderante na formação de cada cidade, estabelecendo interdependências que possibilitam análises conjuntas e separadas das cidades. Este trabalho estuda as malhas de Aceguá, Chuí e Sant’Ana do Livramento, que são contíguas espacialmente a Acegua, Chuy e Rivera, respectivamente, constituindo as chamadas fronteiras secas, onde os limites entre as cidades não são intermediados por leitos de rios. A questão levantada é que no tecido intraurbano a localização de estabelecimentos comerciais ocorre com influência da morfologia urbana das cidades consideradas em conjunto ou são regidos por lógicas internas de cada cidade, separadamente no Brasil e no Uruguai. Para isso os estabelecimentos comerciais comuns e os livres de impostos foram mapeados e classificados de acordo com seus portes: pequeno, médio e grande. Logo após foram transcritos para um programa com tecnologia de Sistema de Informação Geográfica (SIG) e comparados com uma medida morfológica de centralidade – potencial de cada espaço aberto em gerar presença de pessoas –, a qual foi construída em três cenários: a) as duas cidades juntas; b) somente a cidade brasileira; c) somente a cidade uruguaia. Levantamentos de tráfego utilizados como controle de pesquisa auxiliaram na calibração dos modelos construídos no programa Urban Metrics® e legitimaram os resultados para centralidade. Por fim, a comparação das localizações dos estabelecimentos com a medida de centralidade foi realizada através de correlação matemática, indicando quais delas estão regidas por lógicas conjuntas ou separadas. Desse modo, os estudos revelam que os estabelecimentos livres de impostos são os mais influenciados pelo conjunto das cidades e localizados nas vias mais centrais do lado uruguaio. Os estabelecimentos comuns de grande porte também são mais influenciados pelo conjunto das cidades e localizados nas vias de maior centralidade, porém com diversos exemplares encontrados nas bordas das malhas por demandarem terrenos maiores. Os de médio porte estão localizados nas centralidades máximas das cidades separadas. Já os de pequeno porte apresentam comportamentos dissonantes, localizando-se nas centralidades baixas das cidades separadas e também em altas das cidades contínuas. Esses resultados sugerem que estabelecimentos livres de impostos buscam proximidade aos mais altos potenciais de encontro, que os comuns de grande porte visam atender ambas as cidades, que os de médio porte focam na própria cidade em que estão inseridos e que os de pequeno porte pulverizam-se pelas cidades absorvendo mercados remanescentes com itens de primeira necessidade e também se concentram aproveitando o fluxo dos demais estabelecimentos.