Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Motta, Sandra Edelmira Rosa |
Orientador(a): |
Silva Neto, Francisco Luiz Pereira da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Antropologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/15118
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Resumo: |
A presente dissertação propõe uma reflexão sobre a forma como os habitantes de Santana do Livramento e Rivera se relacionam e se apropriam dos espaços públicos de convivência e lazer destas cidades conurbadas. Apresento o cotidiano da fronteira seca de Santana do Livramento (Brasil) e de Rivera (Uruguai), a partir da autoetnografia e experiência da pesquisadora, somadas à observação do comportamento dos moradores fronteiriços e como vivem esta fronteira, através da pesquisa etnográfica. Para o trabalho de campo, foram escolhidas praças do lado brasileiro e praças do lado uruguaio, além da Praça Internacional, representativa e simbólica por pertencer aos dois países. Por meio da técnica da observação participante e de entrevistas abertas com moradores da fronteira, visitantes e frequentadores das praças constatou-se que houve uma transformação na função desses espaços ao longo dos anos. Alguns permaneceram como locais de encontro e lazer. Outros foram ocupadas pelo comércio informal transformando e impactando a dinâmica urbana. Como resultado da comparação entre as praças, verificou-se que a população fronteiriça se apropria mais das praças riverenses porque elas desempenham um papel central como locais de encontro, trabalho informal, lazer, comércio e eventos culturais. A maneira como são gerenciadas e investidas pelos gestores locais influencia significativamente sua eficácia em atender às necessidades da comunidade, fortalecendo os laços sociais e melhorando a qualidade de vida dos moradores. As praças santanenses, embora não apresentem grandes atrativos e uma estrutura adequada, continuam sendo importantes para os fronteiriços devido ao papel que desempenham em suas memórias de infância e no imaginário dos habitantes da fronteira. Esses espaços se tornam verdadeiras fronteiras fluidas, onde culturas se entrelaçam e se enriquecem mutuamente, criando um ambiente que transcende barreiras geográficas e políticas. Viver nesta região fronteiriça implica em interações únicas e complexas devido à proximidade de diferentes culturas, idiomas, leis e sistemas políticos. Os fronteiriços desenvolvem identidades híbridas, influenciadas pelas duas culturas e nações adjacentes. Essa construção da vida de fronteira resulta em formas de multiculturalismo e intercâmbio cultural intensos. |