Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Nunes, Jorge Luiz Oleinik |
Orientador(a): |
Gonçalves, Margarete Regina Freitas |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/9804
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Resumo: |
As manifestações patológicas encontradas nas estruturas de alvenaria existentes em regiões da atmosfera marinha têm a umidade e os sais solúveis como os principais agentes de deterioração dos materiais de construção. Dentre as diversas técnicas e materiais utilizados para a recuperação dessas estruturas, tem-se a execução de revestimentos com argamassas de saneamento desenvolvidas na Alemanha, que são utilizados na Europa há mais de 50 anos com resultados altamente satisfatórios. As argamassas de saneamento, devido a sua elevada porosidade, permitem a cristalização dos sais no interior dos seus poros sem provocar danos ao revestimento, condição esta fundamental para a sua durabilidade e integridade. No Brasil ainda são insuficientes os estudos sobre novos materiais e técnicas construtivas referentes à recuperação de alvenarias degradadas por manifestações patológicas oriundas de salinização. No Rio Grande do Sul, a cidade de Rio Grande, a mais antiga do Estado, localizada na margem Sul do estuário que conduz ao oceano as águas da imensa Laguna dos Patos e seus afluentes, possui inúmeros prédios históricos com visíveis problemas de degradação das alvenarias ocasionadas por umidade e salinização. Esta constatação motivou alguns professores da FURG que, em 1994, iniciaram estudos para a identificação de prédios já degradados e para a obtenção de formas de recuperação dessas estruturas. Na ocasião, foi feito um levantamento preliminar das condições de degradação do prédio da Catedral, visando o conhecimento das causas e consequências das manifestações identificadas e a elaboração de um diagnóstico de restauração. Em especial, para a restauração do reboco das alvenarias do prédio da Catedral, o diagnóstico propôs a execução de testes com argamassas de saneamento alemãs, material convencionalmente usado na Europa, e o desenvolvimento de uma pesquisa para a obtenção de uma argamassa de saneamento produzida com matérias-primas nacionais com características similares as aplicadas na Alemanha. A experimentação das referidas argamassas de saneamento ocorreu durante a restauração dos revestimentos, interno e externo, da Catedral de São Pedro, no período de 1995 e 1996. Passados 22 anos de exposição a umidade e a salinização do entorno, em 2018 foi feita uma inspeção visual do revestimento externo da Catedral e identificou-se que este não apresentava pontos de degradação. Tal observação motivou o desenvolvimento da presente pesquisa que buscou analisar a situação da argamassa aplicada em 1995 frente a presença de seus maiores agressores, a umidade e os sais solúveis. O desenvolvimento do trabalho envolveu apenas o revestimento externo e se justifica por ser a superfície da fachada mais diretamente agredida pelo meio e, 8 também, por ter sido o único espaço autorizado pela Diocese da Catedral, tendo em vista que o prédio é tombado pelo IPHAN, desde 1938. Para a execução da pesquisa, identificou-se as fachadas leste e oeste como sendo as de atuação e nelas sete pontos críticos de umidade no revestimento. Nos referidos pontos, foram retiradas amostras, nas quais analisou-se o percentual de retenção de íons cloretos, utilizando para isto um potenciômetro com eletrodo de prata/ (cloreto de prata). A análise de sais abrangeu apenas os íons cloretos por constatação de maior incidência no meio, conforme descrito por Dias et al (1997). Nas amostras verificou-se a condição de integridade dos componentes originais da argamassa de saneamento a partir da observação das estruturas cristalinas, por difração de raio X (DRX), e da presença dos elementos constituintes, por fluorescência de raio X. Os resultados mostraram que a formulação proposta para a nova argamassa de saneamento cumpriu com a sua função de proteção retendo os íons cloreto nos seus poros e, também, que seus constituintes originais não se degradaram até o momento. |