Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Gonçalves, Bárbara Peter |
Orientador(a): |
Valle, Sandra Costa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Alimentos
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Departamento: |
Faculdade de Nutrição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8644
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Resumo: |
A disfunção imunológica, a inflamação e a interação entre estes fatores tem sido relacionadas tanto à etiologia quanto à gravidade dos sintomas no Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Sabe-se que o excesso de peso é um fator independente associado a disfunção imunológica, sendo encontrado em elevadas prevalências no TEA, em especial naqueles que tendem a se alimentar para lidar com diferentes estados emocionais. Uma das vias de investigação do sistema imunológico é a análise das células sanguíneas da série branca, especialmente dos monócitos. O objetivo deste estudo foi investigar o número de monócitos e sua associação o excesso de peso em crianças e adolescentes com TEA. Estudo transversal realizado de outubro de 2018 a março de 2020, no Núcleo de Neurodesenvolvimento da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas, Pelotas-RS. Foram incluídos 68 pacientes com diagnóstico de TEA, entre 3 e 18 anos, sem diagnóstico de síndrome genética, neuropatia e cardiopatia congênita, alergia, neoplasia ou infecção. O desfecho foi o número de monócitos (/mm3). Para isso, uma amostra de 5mL de sangue foi obtida em jejum e o hemograma analisado por impedância elétrica. A exposição principal foi o excesso de peso, considerado como IMC para idade >+1 escore-z. O comportamento alimentar, avaliado com a escala Children’s Eating Behaviour Questionnaire (CEBQ) foi utilizado para descrever a amostra e como fator de ajuste. A distribuição da variável de desfecho foi simétrica e a comparação entre duas ou mais categorias de variáveis de exposição foi realizada com teste t de Student ou One Way ANOVA, respectivamente. Utilizou-se regressão linear para avaliar a associação entre o número de monócitos e o excesso de peso (IMC <1 ez), ajustado para variáveis com p< 0,05. O fator de ajuste mantido nesta análise foi a classificação acima ou abaixo da média de pontuação na subescala “sobre ingestão emocional. O nível de significância estatística foi p< 0,05. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, sob protocolo nº 2.835.793. Os participantes do estudo tinham em média 8,6 ± 3,3 anos de idade, a maioria era do sexo masculino (79%), utilizava fármaco antipsicótico (62%) e tinha excesso de peso (66%). O número de monócitos foi maior naqueles com excesso de peso (522±211 /mm3) comparados aos sem excesso de peso (394±142 / mm3) e naqueles com pontuação acima da média na subescala “sobre ingestão emocional” (581±247 vs 452±126) comparados aos abaixo da média. Na análise de regressão o aumento de monócitos associado ao excesso de peso manteve-se significativo após ajuste para “sobre ingestão emocional”. Crianças e adolescentes com TEA apresentaram elevação da contagem de monócitos associada ao excesso de peso e a maior “sobre ingestão emocional”. Uma intervenção nutricional para controle do peso e da qualidade nutricional da dieta pode mitigar o impacto negativo sobre a atividade inflamatória e a disfunção imunológica nestes pacientes. |