A arte de Mary Cassatt e Camille Claudel: relações de gênero como construção histórica na França no final do século XIX.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Herbstrith, Taslins Ferreira
Orientador(a): Chaves, Larissa Patron
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Art
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4188
Resumo: Esta dissertação analisa as relações de gênero, história e sociedade, a partir da trajetória de duas mulheres artistas ativamente inseridas no campo da Arte na França no final do século XIX: Mary Cassatt e Camille Claudel. Mary Cassatt (1844-1920) artista estadunidense, passa sua vida adulta em Paris e estabelece conexões com os impressionistas e críticos de arte, alavancando sua produção para além das fronteiras entre os dois países. Camille Claudel (1864-1943), artista francesa, tem uma intensa produção na área da escultura no final do século XIX, alternando referências simbolistas e autorais, em meio a um contexto conturbado junto ao artista Auguste Rodin, com quem produz grande parte de sua vida. Este trabalho tem por objetivo questionar suas trajetórias, obscurecidas em meio a uma historiografia tradicional e em grande parte masculina. Utilizam-se como fontes documentais cartas e biografias, assim como as obras produzidas por elas no período em questão. A metodologia empregada na pesquisa é a análise comparativa das imagens e textos como narrativas, tendo como foco a discussão acerca das categorias do público x privado, propostas por Griselda Pollock (1988), no que diz respeito às diferentes formas como homens e mulheres se locomoviam na França no final do século XIX, e à relação existente entre sexualidade, modernidade e modernismo. Também é referencial da investigação Marcel Detienne (2004) pela possibilidade de se comparar objetos distantes, como a trajetória de duas artistas que viveram em temporalidades distintas apesar de mesma espacialidade, de modo a entender de que forma o protagonismo artístico se deu na trajetória das artistas, em meio a seu papel social e contexto de produção. Nesse sentido, compreendeu-se que ambas inseriram-se no sistema das Artes por intermédio de suas relações pessoais. Ainda que distintas, suas posições sociais influenciaram para que obtivessem espaço em um campo dominado pela masculinidade. Mary Cassatt conheceu o sucesso e o desfrutou o mesmo não aconteceu com Camille Claudel que teve de lidar com uma sociedade com padrões rígidos no que diz respeito ao comportamento de uma mulher independente demais para a época.