Impacto do cultivo de azevém tetraploide sobre azevém diploide resistente a herbicidas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Schmitz, Maicon Fernando
Orientador(a): Vargas, Leandro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/13171
Resumo: A competição intergenotípica de azevém tetraploide com a população natural diploide pode ser ferramenta para reduzir a frequência de indivíduos resistentes numa área. O presente trabalho teve por objetivo avaliar a possibilidade e os impactos do uso de genótipos de azevém tetraploide em substituição ao diploide, nos sistemas lavoura-pecuária do Rio Grande do Sul. Para atender os objetivos do deste trabalho, foram realizados quatro estudos, visando: 1) avaliar o valor adaptativo, ciclo e componentes de produtividade entre genótipos de azevém diploide e tetraploide; 2) quantificar o efeito de doses de herbicidas pós-emergentes sobre a seletividade e herbicidas em diferentes estádios de aplicação sob o controle de azevém tetraploide; 3) determinar a longevidade de sementes dos genótipos de azevém diploide e tetraploide, expostas a diferentes profundidades e tempo de enterrio; 4) mensurar a possibilidade de cruzamento entre genótipos diploides e tetraploides de azevém, determinando a qualidade fisiológica e viabilidade das sementes oriundas dos cruzamentos, percentagem de sobrevivência e herança da resistência ao glyphosate, bem como, o nível de ploidia das progênies. Os resultados demonstraram que, o azevém tetraploide apresenta ciclo mais longo que o diploide, devido principalmente ao maior período de afilhamento. O número de afilhos, área foliar, massa seca de raiz e número de sementes foram superiores para o azevém tetraploide e, este apresentou habilidade competitiva superior ao diploide. Os herbicidas bentazon, 2,4-D, saflufenacil e carfentrazone-ethyl foram seletivos ao azevém tetraploide independente da dose empregada. Glyphosate, diuron + paraquat, clethodim e haloxyfop apresentam controle satisfatório, de azevém tetraploide. Glufosinate apresentou controle insatisfatório nos estádios de afilhamento e alongamento, no entanto adequado quanto pulverizado no estádio de florescimento. Sementes de azevém diploide apresentaram dormência primária, impedindo a germinação imediata após deposição no solo, enquanto sementes tetraploides não demonstraram dormência, permanecendo no banco de sementes em estado quiescente. Ambos os genótipos apresentaram sementes potencialmente emergentes no quarto mês após o enterrio, quando as condições ambientais (temperatura, radiação e umidade) são adequadas para o desenvolvimento da espécie. Independente do genótipo testado e do tempo, quanto maior a profundidade de enterrio das sementes, maior a longevidade no banco de sementes do solo. A progênie oriunda do cruzamento diploide resistente ao glyphosate♀ x tetraploide suscetível♂ apresentou problemas de germinação, sendo detectada apenas uma planta triploide das 22 avaliadas. Já, a progênie oriunda do cruzamento diploide resistente ao glyphosate♂ x tetraploide suscetível♀, não apresentou problemas de germinação, porém 46% das plantas morreram logo após a fase de plântula, sendo identificadas plântulas triploides (10%) e pentaploides (25%) nesse cruzamento. Não foram identificadas plantas resistentes ao glyphosate na progênie diploide resistente ao glyphosate♂ x tetraploide suscetível♀, já na progênie diploide resistente ao glyphosate♀ x tetraploide suscetível♂, apresentou redução de 47% de plantas resistentes ao glyphosate, em comparação a fecundação cruzada da progênie diploide resistente ao glyphosate.