Sobre elas... sobre mim: Percursos etnográfico-performativos sobre/com o feminino na Colônia Z3.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Rangel, Roberta Pires
Orientador(a): Jesus, Thiago Silva de Amorim
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais
Departamento: Centro de Artes
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/6549
Resumo: A presente dissertação de mestrado foi desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas – UFPel, vinculada à linha de pesquisa Processos de Criação e Poéticas do Cotidiano. O estudo aborda experiências e experimentos etnográfico-performativos no que se relaciona ao estudo com, entre, através, por meio de corpo, de gênero e de território, baseando-se fundamentalmente na vida e no trabalho de mulheres redeiras e artesãs da Colônia Z3, região litorânea e pesqueira localizada na cidade de Pelotas, mais especificamente, região sul do Estado do Rio Grande do Sul, próximo à fronteira com o Uruguai. O processo de investigação aconteceu durante o período compreendido entre agosto de 2018 e maio de 2020, resultando nesta produção textual dissertativa e na produção de uma obra artística de perfomance art, registrada em meio audiovisual. O trabalho foi desenvolvido mediante uma abordagem qualitativa de pesquisa em artes, tomando como referências as contribuições teórico-metodológicas da etnografia, da performance e da pesquisa artística; utilizou-se como principais instrumentos de coleta os registros através de fotos e o diário de processo. São adotados como principais referências teóricas autores como Butler (2010), Barba (2009), LeBreton (2003; 2012), Cohen (2004) e Beauvoir (1970), dentre outros. Estive, neste processo, em contato com teóricos e artistas que me acompanharam e me instigaram a pensar e realizar uma pesquisa acadêmica de forma poética. Vejo-me envolta em uma comunidade que já não me é mais alheia. Cada teoria deixou de ser apenas do campo cognitivo, cada experiência foi mágica. Deixo de minha parte, um tributo às trajetórias, ao simples que é complexo, ao grotesco que é sublime. E todo este fluxo segue como a água, nas caminhadas e mergulhos mais assustadores e (im)possíveis que eu possa (ou não) imaginar. Dentro da prática artística relacionada ao feminino e todas as possibilidades minhas em diálogo com as mulheres com as quais eu convivi, procurei nesta produção artística organizar-me enquanto um corpo feminino não caricato e tampouco exuberante, pois, o que mais almejava era revestir-me de um corpo aberto, plural, um corpo das mulheres, em uma concepção mais coletiva e que pudesse ser o menos preconceituosa possível. Enfim, eu, que sempre almejei uma pesquisa que me proporcionasse um encontro entre o corpo, as artes, o fazer-em-processo, as artistas, os teóricos, os métodos de pesquisa, a fim de que eu conseguisse me assumir e protagonizar uma investigação que dialogasse plenamente com o que penso e sinto, valorizo cada conquista e cada tropeço desta pesquisa. Exalto a união da teoria com a prática, das experiências imaginadas com as realidades vividas, do acolhimento ao diverso em forma de comportamentos, de lugares e de pessoas. Assumo desta forma, tudo o que me constituiu e me constitui neste trabalho, reconhecendo que ele, sim, é sobre elas, mas, sem nenhuma dúvida, é sobre mim!