Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Cardoso, Vitória de Lima |
Orientador(a): |
Carle, Cláudio Baptista |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Antropologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/13759
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Resumo: |
A investigação envolve a trama da confecção do artesanato na comunidade pesqueira formando uma cadeia produtiva familiar da pesca artesanal, num grupo de mulheres conhecidas como Redeiras. Na investigação compreendi as formas de interação que essas mulheres tramam com os materiais constituindo esse grupo de artesãs, conformadas em materialidades. Materialidades que entendo na relação entre matéria e espírito, dessas mulheres, como grupo tradicional na sua dimensão elementar. A materialidade está vinculada aos objetos materiais, aos fatos básicos da existência, aos sentimentos, às paixões e aos corpos femininos das artesãs. A materialidade aparece na dimensão e no uso de técnicas corporais, de objetos que implicavam nos usos e na determinação dos corpos que constituem as tecelagens e interações para constituir esse mundo que as conforma como Redeiras. O investigar as relações entre o ser Redeira e saber-fazer na reutilização de técnicas ancestrais ligadas as redes de pescar, me fizeram abrir um leque de possibilidades do vivencial dessas mulheres. O trabalho de campo em Antropologia, através da etnografia, numa abordagem qualitativa permitiu a aproximação como o cotidiano e suas práticas, na teia da vida, carregada de símbolos, significados e significantes das suas formas de estar no mundo. O exercício do “estranhamento” e da interação vinculativa, no meu próprio ser como artesã. E promovida pela presença de uma mediadora, minha mãe artesã Lea, propiciaram a identificação caracterização cultural das Redeiras. O treinamento do olhar investigativo quanto que escuta e lê contextos, me permitiu essa escrita, como prevê os principais pensadores da antropologia brasileira, numa pesquisa de ordem qualitativa. O encontro etnográfico da pesquisadora artesã com a vinculadora artesã e com as artesãs Redeiras, realizam o exercício de familiaridade necessária a compreensão do universo em pesquias. A etnografia das visitas as feiras, ao Mercado Público, a comunidade das Redeiras, inseriu interlocuções para a descrição densa dos fluxos e refluxos na materialidade existencial da comunidade. O êxito nas dinâmicas de campo, mesmo com as incertezas iniciais, proporcionaram descrições orais e observações sobre os processos que envolvem o fazer artesanal das Redeiras. Os registros etnográficos são exclusivos considerando o diário de campo, que foi o principal instrumento atrelado aos áudios, fotografias e imagens criadas e utilizadas. A abordagem metodológica permitiu a revisão bibliográfica na antropologia, sobre a temática, sobre a comunidade, sobre os modos de vida de artesãs. Os meios de comunicação virtuais tais como Instagram do grupo, sites, e outras publicações digitais forneceram mais evidências das perspectivas levantadas em campo. As mulheres na pesca e a temática em especial as Redeiras, atuam no artesanato formando um contexto antropológico próprio com traços diacríticos próprios que marcam a materialidade das mesmas. Uma trama de saberes e valores atributivos desta coletividade. As práticas na confecção, usos e circulação de seus artesanatos mostram caminhos de materialidades, na interação das Redeiras com a cultura material, o artesanato, a comunidade pesqueira da Colônia Z-3, na costa doce, no município de Pelotas, no Rio Grande do Sul. |