Adaptações neuromusculares, cardiorrespiratórias e funcionais de dois programas de treinamento no meio aquático em mulheres idosas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Mariana Ribeiro
Orientador(a): Pinto, Stephanie Santana
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação Física
Departamento: Escola Superior de Educação Física
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3757
Resumo: Objetivo: Investigar as respostas neuromusculares, cardiorrespiratórias, funcionais e de qualidade de vida de dois programas de treinamento no meio aquático (aeróbio e combinado) e de um programa de atividades físicas não periodizadas em mulheres idosas. Materiais e métodos: Quarenta e uma mulheres idosas voluntárias foram divididas em três grupos: grupo de treinamento aeróbio (TA; n=16; 66 ± 4 anos), grupo de treinamento combinado (ordem força/aeróbio; TC; n=16; 66 ± 4 anos) e grupo controle de atividades terrestres não periodizadas (GC; n=9; 64 ± 3 anos). Os sujeitos realizaram treinamentos no meio aquático duas vezes na semana com as duas primeiras semanas de adaptação ao ambiente e aos exercícios e as 12 semanas posteriores de treinamentos específicos. O grupo controle realizou 14 semanas de programas não periodizado, com atividades de dança e ginástica. O treinamento de força foi realizado com séries em máxima velocidade e o treinamento aeróbio foi realizado em percentuais da frequência cardíaca do limiar anaeróbio (85-110%) determinado em teste progressivo no meio aquático. Foram realizadas avaliações pré e pós-treinamento da força muscular dinâmica máxima dos extensores de joelhos e no supino sentado (avaliada durante o teste de 1RM), do consumo de oxigênio de pico e nos limiares ventilatórios (avaliada em esteira terrestre com protocolo de Bruce), da ativação neuromuscular isométrica máxima dos músculos reto femoral, vasto lateral e deltoide (eletromiografia - EMG), da percepção de qualidade de vida (WHOQOL-BREF) e da capacidade funcional nos testes de levantar e sentar da cadeira, caminhar 6 minutos e levantar, ir e voltar. Analisou-se os dados por protocolo e por intenção de tratar utilizando o teste Generalized Estimating Equations (GEE), e teste post-hoc de Bonferroni (α=0,05). Resultados: Em ambas formas de análise os resultados demonstraram um aumento significativo em 1RM na extensão de joelhos somente para os grupos de treinamento no meio aquático (TA: 16 ± 12%; TC: 15 ± 16%), por outro lado,8 no supino sentado somente pela análise por intenção de tratar foram demonstrados aumentos apenas para os grupos de treinamento aquático (TA: 9 ± 17%; TC: 6 ± 18%). Foi observado melhoras significativas para consumo de oxigênio de pico após o período de treinamento (TA: 23 ± 21%; TC: 18 ± 9%; GC: 7 ± 16%), para o consumo de oxigênio no primeiro limiar (TA: 27 ± 37%; TC: 23 ± 24%; GC: 22 ± 23 %) e para os testes funcionais de sentar e levantar (TA: 32 ± 11%; TC: 24 ± 14%; GC: 20 ± 9), caminhar 6 min (TA: 10 ± 7%; TC: 7 ± 6%; GC: 7 ± 5%) e levantar ir e voltar (TA: 11 ± 5%; TC: 10 ± 9%; GC: 10 ± 6%), nas duas formas de análise sem diferenças entre os grupos. Por outro lado, para consumo de oxigênio no segundo limiar somente os grupos de treinamento aquático melhoraram após o treinamento (TA: 20 ± 24%; TC: 23 ± 13%). Nenhuma diferença foi encontrada para a ativação EMG dos músculos vasto lateral e deltoide, enquanto o reto femoral teve uma diminuição da ativação EMG de 21 ± 24% somente para GC, quando analisado por intenção de tratar. As duas formas de análise geraram resultados similares de percepção de qualidade de vida demonstrando que o GC diminuiu a percepção de qualidade de vida no domínio físico (12 ± 10%) e não alterou nos demais domínios. Nos grupos de treinamento aquático melhoras foram observadas nos domínios físico (TC: 13 ± 16%), psicológico (TA: 9 ± 16%; TC: 10 ± 11%), social (TA: 19 ± 42%; TC: 16 ± 21%), ambiental (TA: 10 ± 17%; TC: 16 ± 28%) e geral (TA: 17 ± 22%; TC: 14 ± 27% somente por intenção de tratar), nenhuma diferença significativa foi observada no domínio físico para TA. Conclusão: Treinamento aeróbio e treinamento combinado no meio aquático são eficazes para uma melhora da condição ardiorrespiratória, da força muscular dinâmica máxima de membros superiores e inferiores, da percepção de qualidade de vida e da capacidade funcional, assim como uma possível manutenção da ativação neuromuscular máxima dos músculos analisados. Ainda, atividades físicas não periodizadas são eficazes para o aumento da condição cardiorrespiratória (com exceção do consumo de oxigênio no segundo limiar) e da capacidade funcional, entretanto não são positivas no aumento da percepção de qualidade de vida e da força muscular dinâmica máxima de membros superiores e inferiores.