Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Pérez, Raquel Alves |
Orientador(a): |
Triaca, Lívia Madeira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Organizações e Mercados
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/15216
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Resumo: |
A presente tese aborda dois ensaios na área de economia da saúde no contexto brasileiro, utilizando dados da Pesquisa Nacional de Saúde referentes aos anos de 2013 e 2019. O primeiro investigou a realização em saúde utilizando o cálculo do Achievement Index. Para isso, foram analisados dois desfechos de saúde: a autoavaliação de saúde como precária e o diagnóstico de doenças crônicas, considerando os 26 estados e o Distrito Federal do Brasil. Os principais resultados revelaram que a saúde autoavaliada como precária está mais concentrada entre os indivíduos pobres em todos os estados. Em contrapartida, o diagnóstico de doenças crônicas apresentou maior concentração nos indivíduos mais ricos na maioria dos estados. A análise por unidades federativas destacou as disparidades regionais na autoavaliação de saúde, evidenciando desigualdades significativas entre as regiões brasileiras. De modo geral, a região Sul demonstrou melhores realizações na autoavaliação de saúde, enquanto na região Norte, com exceção de dois estados, apresentou piores realizações. Quanto à realização em saúde relacionada ao diagnóstico de doenças crônicas, os resultados indicam uma pior realização em saúde na maioria dos estados. O segundo ensaio focou na desigualdade socioeconômica na autoavaliação da saúde como boa ou muito boa, em nove faixas etárias. Foi utilizado o índice de concentração como método de análise, permitindo avaliar a magnitude das desigualdades. Os resultados mostraram que a prevalência de saúde como boa e muito boa diminuiu com o avanço da idade. Nos quintis inferiores de renda, indivíduos com 70 anos ou mais apresentaram uma prevalência maior em ambos os períodos analisados. O índice de concentração revelou que a autoavaliação de saúde como boa e muito boa foi predominantemente concentrada entre os indivíduos ricos para todas as faixas etárias. A estratificação por idade evidenciou que a maior concentração ocorreu na faixa de 50 a 59 anos em 2013 e de 60 a 69 anos em 2019. A análise também identificou os principais fatores que contribuem para essa desigualdade em saúde, listados em ordem de importância: posição socioeconômica, nível de escolaridade, posse de plano de saúde e residência na região sudeste. Embora este estudo traga contribuições para a análise das desigualdades em saúde no Brasil, é importante reconhecer suas limitações. Os dados utilizados são transversais, o que impossibilita o acompanhamento da mesma população ao longo do tempo. Além disso, as variáveis analisadas foram construídas a partir de autorrelatos, o que pode introduzir vieses. Tais aspectos devem ser considerados ao interpretar os resultados e na formulação de políticas públicas baseadas neste trabalho. Esses estudos reforçam a relevância de analisar as desigualdades em saúde considerando múltiplos fatores, como as condições socioeconômicas e demográficas. A tese buscou contribuir para a literatura ao oferecer uma visão abrangente sobre as disparidades regionais e etárias na saúde da população brasileira, utilizando métodos robustos para avaliar as desigualdades socioeconômicas em saúde. |