Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Pacheco, Simone Muniz |
Orientador(a): |
Spanevello, Roselia Maria |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Bioprospecção
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/10387
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Resumo: |
A doença de Alzheimer (DA) é uma patologia neurodegenerativa caracterizada por um progressivo e irreversível declínio em várias funções intelectuais do indivíduo. As principais características neuropatológicas incluem deposição extracelular de placas formadas pelo peptídeo β-amiloide (Aβ) e o acúmulo intracelular de emaranhados neurofibrilares. Além disso, outros fatores também têm sido associados à patogênese da DA como estresse oxidativo, neuroinflamação, déficits na sinalização colinérgica, disfunção da Na+,K+-ATPase e a resistência à insulina no sistema nervoso central (SNC). Considerando que os fármacos disponíveis conseguem apenas aliviar os sintomas, a busca de novos tratamentos que possam prevenir, retardar ou tratar a doença são fundamentais. As antocianinas pertencem ao grupo dos flavonoides e tem sido descrito que essas possuem importantes atividades biológicas como ações antioxidantes, anti-inflamatórias e neuroprotetoras. Assim, o objetivo desse trabalho foi investigar o efeito do tratamento com extrato rico em antocianinas em modelos experimentais in vitro e in vivo da DA. Para o modelo in vitro, utilizou-se culturas de astrócitos corticais obtidas de ratos neonatos, as quais foram expostas ao lipopolissacarídeo (LPS), e tratadas com extrato rico em antocianinas (10, 30, 50 e 100 μg/mL) em dois tipos de protocolos: um de prevenção e o outro de reversão. Nesses protocolos foram avaliados parâmetros de viabilidade celular e de estresse oxidativo, e a atividade da enzima acetilcolinesterase (AChE). No primeiro protocolo, o extrato preveniu e, no segundo, o extrato reverteu as alterações promovidas pelo LPS como aumento dos níveis de espécies reativas de oxigênio (ERO) e de nitrito, aumento da atividade da AChE, diminuição da atividade da superóxido dismutase (SOD), do conteúdo tiólico e da viabilidade celular. Para o trabalho in vivo, realizou-se o modelo de demência esporádica do tipo Alzheimer através da injeção intracerebroventricular (ICV) de estreptozotocina (STZ) em ratos Wistar. Após 3 dias do procedimento, os animais receberam extrato rico em antocianinas (200 mg/kg; via oral) durante 25 dias. Nesses animais foram avaliados parâmetros comportamentais relativos à memória através do teste de reconhecimento de objetos e o do labirinto em Y. O córtex cerebral e o hipocampo foram utilizados para avaliar parâmetros de estresse oxidativo e atividades das enzimas AChE e Na+K+ATPase. O tratamento com antocianinas protegeu contra os déficits de memória e o aumento na atividade das enzimas AChE e Na+K+ATPase em córtex cerebral e hipocampo induzido pelo STZ. Quanto aos parâmetros de estresse oxidativo, o STZ induziu um aumento na peroxidação lipídica e diminuição da atividade das enzimas SOD, catalase (CAT) e glutationa peroxidase (GPx) em córtex cerebral. No hipocampo, o STZ acarretou um aumento nos níveis EROs, nitrito, peroxidação lipídica, e da atividade da SOD e uma diminuição da atividade da CAT e GPx. O tratamento com antocianinas foi capaz de reverter o dano oxidativo 5 induzido pelo STZ. Os achados do presente trabalho demonstraram que as antocianinas promoveram efeito glioprotetor, contribuindo para a manutenção da homeostase dos astrócitos, provavelmente, pelo seu efeito antioxidante e pela modulação da AChE, podendo, com isso, ter favorecido a proteção observada quanto à diminuição no déficit de memória, reforçando o potencial terapêutico promissor das antocianinas. |