"Vivemos um ser desconjuntado": a produção da diferença nos discursos dos surdos acadêmicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Moraes, Violeta Porto
Orientador(a): Klein, Madalena
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3374
Resumo: Esta dissertação apresenta uma pesquisa que analisa como discursos de surdos acadêmicos vêm produzindo outros modos de ser no movimento surdo. Este trabalho toma como centralidade o conceito de multiplicidade a partir de uma aproximação das Filosofias da Diferença principalmente do filósofo Gilles Deleuze. Nessa aproximação, procurou-se transitar por outros caminhos, nem melhores, nem piores, mas que possibilitassem dizer outras coisas e pensar de outros modos. Nesse sentido, objetivou-se problematizar o movimento surdo, fazendo aparecer suas singularidades. Tomou-se como materialidade a coletânea “Um olhar sobre nós surdos: leituras contemporâneas”, publicada no ano de 2012 e apresentada pelas organizadoras como sendo uma produção acadêmica escrita por surdos. Também foi feita a aproximação a três documentos produzidos pela comunidade surda brasileira, quais sejam “Reivindicações da Comunidade Surda Brasileira”, “A Educação que nós surdos queremos” e a “Carta Aberta ao Ministro da Educação: elaborada pelos sete primeiros Doutores Surdos que atuam nas áreas de Educação e Linguística”. Estes documentos foram produzidos nos anos de 2011, 1999 e 2012, respectivamente. A proposta desta dissertação foi pensar o pensamento sobre as coisas, para que esses discursos não fossem tomados como verdades únicas. Então realizou-se uma análise de discursos produzidos pelos surdos acadêmicos, tensionando os efeitos que a apropriação do espaço acadêmico pelos surdos tem nos discursos que sustentam as lutas do movimento. Verificou-se que os escapes produzidos nos escritos surdos não fazem referência diretamente a sujeitos específicos, mas possibilitam outros caminhos, outras escolhas. Os escritos dos surdos acadêmicos são constituídos de escapes, identidades, fugas, estruturas.