Divisão sexual do trabalho no campo: autonomia, emancipação e empoderamento, uma experiência de Educação Popular no RS.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Negretto, Carla
Orientador(a): Silva, Márcia Alves da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5643
Resumo: Esta pesquisa participante, trata sobre as relações de gênero no contexto rural de dois assentamentos da Reforma Agrária localizados no interior do município de Pinheiro Machado/RS. Como objetivo geral dessa pesquisa pretende-se investigar como as relações de gênero se constituíram e se desenvolveram nos assentamentos do MST, partir do Projeto de Extensão empreendido pela UFPel, relacionando artesanato, arte e docência em oficinas de criação, através do referencial da Educação Popular Feminista. São sujeitos(as) de investigação mulheres e homens camponeses, assentados da Reforma Agrária, dos assentamentos denominados Santa Inácia e Alegrias. Para a realização dessa investigação, partimos do cotidiano rural, explorando o espaço social e as experiências vividas, dando voz às mulheres sobre suas trajetórias de vida e trabalho. Os instrumentos para coleta de dados contemplou rodas de conversa, observação participante (anotações em um diário de campo), oficinas artesanais, debates e palestras sobre gênero, trabalho e patriarcado e registro dos encontros por meio de fotografias. Estas ferramentas metodológicas tiveram um fundamento político que possibilitou discutir a importância do processo de investigação tendo como perspectiva a intervenção na realidade social. Buscou-se trabalhar a autonomia, emancipação e o empoderamento das envolvidas e a consciência de que é preciso mudar as relações que qualificam e redimensionam a tripla jornada de trabalho feminino nos assentamentos, inteirando esse paradigma cultural como um componente das relações sociais no capitalismo patriarcal. Os resultados indicam que, embora ainda prevaleçam situações de desigualdades e de invisibilidade da mulher, além da tripla jornada de trabalho realizado por elas, a Educação Popular Feminista possibilitou, de maneira significativa, melhorias objetivas na realidade de vida e trabalho das mulheres, deslocando paulatinamente as fronteiras da desigualdade.