Cartografando (en)(con)tros na atenção psicossocial: engendrando redes de trabalho afetivo na gestão.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Braga, Gimene Cardozo
Orientador(a): Coimbra, Valéria Cristina Christello
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5704
Resumo: Este estudo analisou as redes de trabalho afetivo de gestores no âmbito da atenção psicossocial. Configurou-se em uma pesquisa de abordagem qualitativa, cartográfica de análise de redes de trabalho afetivo de gestores de serviços de saúde de um município do interior do Rio Grande do Sul. Os dados foram coletados em maio de 2010 por meio de observação, registros em diário de campo e entrevistas. Na construção cartográfica, optou-se pela criação de duas cenas. A primeira foi “Os Espaços de Gestão Colegiados: a produção SAIS da Casa e o Colegiado Gestor”; são espaços de encontros “entre” os gestores de saúde do município onde são produzidos encontros de primeiro, segundo e terceiro gênero. Há uma produção de cuidado no âmbito da liberdade de forma a produzir modificações potentes na atenção psicossocial. Já na segunda cena: A judicialização e a atenção psicossocial (co)produção de encontros. Os encontros presenciados são constituídos “entre” os gestores da rede referentes à saúde, e “com” outras esferas de poder, o judiciário. Esse movimento permite acolher o diferente e produzir ações diversificadas, engendrando uma rede de trabalho afetivo que é capaz de produzir outras redes. Entende-se esse movimento para a linha de fuga de construção de redes, como um movimento possível pela experiência produzida por encontros anteriores, entre os gestores de saúde, pois essa rede requer uma fissura ainda maior do que aquela composta pelos mesmos, uma vez que requer aproximar-se do outro, estabelecer encontros de primeira e segunda ordem, estabelecer zonas de comunidade capazes de gerar uma produção de cuidado, diferente e resolutiva. Essa experimentação cartográfica levou a conhecer gestores motivados, criativos, militantes, que já constituíram esses serviços de saúde mental em outros momentos de suas vidas como trabalhadores, que compõem e fazem parte dos movimentos políticos e sociais da cidade de forma a (re)criar movimentos constantes de ruptura/captura, desterritorialização/reterritorialização que potencializam o modo de atenção psicossocial por meio de uma construção de subjetividades coletivas. Contudo, mudanças necessitam ser feitas, e essas mudanças dependerão da capacidade dessas redes se manterem flexíveis, e vibráteis na reflexão e na construção coletiva desses gestores. Trata-se de acolher o caos, a diferença e assumir a complexidade de reconhecer e explorar no outro tantas potências quanto em nós mesmos; é potencializar-se mutuamente por meio das redes de trabalho afetiva.