Efeito do tipo antidepressivo de uma 1,2,3-triazol-acetofenona em camundongos: evidências do envolvimento do sistema serotoninérgico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Presa, Marcelo Heinemann
Orientador(a): Brüning, César Augusto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Bioprospecção
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/11534
Resumo: A depressão é um transtorno psiquiátrico que está presente na vida de milhões de pessoas. Apesar de existirem diversas classes de antidepressivos atualmente, grande parte dos indivíduos deprimidos não apresentam alívio dos sintomas com o tratamento, mostrando a necessidade do desenvolvimento de novos antidepressivos. Nos últimos anos, os compostos N-heterocíclicos triazois vêm sendo estudados por apresentarem propriedades farmacológicas interessantes, como anti-inflamatória, anticonvulsivante e antidepressiva. Os 1,2,3-triazol têm apresentado mecanismos semelhantes aos encontrados nos antidepressivos conhecidos e utilizados como primeira linha para o tratamento da depressão. A partir disso, foram sintetizadas moléculas híbridas inéditas de 1,2,3-triazoil-acetofenonas e avaliada a atividade de inibição da monoamina oxidase (MAO) in sílico e in vitro. Com base nos dados obtidos, selecionamos a molécula com resultados mais promissores para dar sequência na avaliação da atividade antidepressiva em estudos in vivo. Neste sentido, este estudo teve como objetivo avaliar o efeito do tipo antidepressivo da 1-(2-(4-(4-etilfenil)-1H 1,2,3-triazolo-1-il)fenil)etan-1-ona (ETAP), um composto híbrido contendo 1,2,3- triazol e acetofenona, em camundongos, utilizando dois testes comportamentais para a avaliação do comportamento tipo depressivo, o teste do nado forçado e teste de suspensão pela cauda. Para avaliar o efeito do tipo antidepressivo da ETAP (0,5, 1 e 5 mg/kg, via intragástrica (i.g.)) a mesma foi administrada 30 minutos antes dos testes comportamentais para avaliação do comportamento depressivo e apresentou aumento no tempo de latência para o primeiro episódio de imobilidade com redução no tempo de imobilidade total, caracterizando o efeito do tipo antidepressivo. Além deste efeito, o estudo pretendeu avaliar o envolvimento do sistema serotoninérgico para a ação do tipo antidepressiva da ETAP. Para avaliar a contribuição deste sistema, avaliamos a necessidade do sistema de forma íntegra para a ação do tipo antidepressiva da ETAP com o pré tratamento com p-clorofenilalanina, um inibidor da enzima responsável pela conversão de triptofano em serotonina. Nossos resultados demonstraram que o efeito do tipo antidepressivo da ETAP é dependente de serotonina. Além disto, avaliamos, também, o envolvimento dos receptores deste sistema neste efeito. Para isto, os antagonistas específicos dos receptores serotoninérgicos WAY100635, Cetanserina, Ondansetrona e GR113808 foram pré-administrados para avaliar o envolvimento dos receptores 5-HT1A, 5-HT2A/2C, 5-HT3 e 5-HT4, respectivamente. Nossas análises mostraram um envolvimento dos receptores 5-HT2A/2C e 5-HT4 no efeito do tipo antidepressivo da ETAP. Anterior aos testes comportamentais que avaliam o comportamento depressivo, foi realizado o teste do campo aberto a fim de descartar um possível déficit locomotor nos animais com o tratamento de ETAP. Os resultados demonstram que a administração de ETAP não altera as atividades locomotora e exploratória dos animais. Ademais, a toxicidade da ETAP foi avaliada e demonstramos que o tratamento com esta molécula não apresentou sinais de toxicidade. Desta forma, este estudo identificou uma nova droga com potencial efeito antidepressivo para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas para a depressão.