Meu corpo, minha arte: (des) construção de imaginários através da poética.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Carrara, Dhara Fernanda Nunes
Orientador(a): Brandão, Cláudia Mariza Mattos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais
Departamento: Centro de Artes
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8121
Resumo: O presente trabalho investiga a poética como meio (des) construtor de imaginários. A questão da pesquisa versa sobre as contribuições da Arte Contemporânea para o (auto) reconhecimento e (auto) aceitação dos sujeitos. A justificativa parte da reflexão de que é necessária uma compreensão ampliada acerca do contexto histórico-social, para, então, reivindicar melhorias a fim de melhorar a realidade. Essa pesquisa surge do incômodo pessoal frente à onda de preconceito, discriminação e falta de oportunidades para pessoas fora do padrão. Objetiva-se estimular reflexões a partir da produção poética artivista, tendo como objetivos específicos: investigar sobre as representações do corpo historicamente; problematizar a configuração dos “padrões de beleza”; realizar uma discussão acerca da potência narrativa da Arte Contemporânea; dissertar sobre a pesquisa poética autobiográfica, criando a exposição virtual intitulada “Liberte-se”; analisar as respostas obtidas das pesquisas de mediação da exposição; bem como entrevistar cinco artistas (Amora Ju, Be Leite, Mariana Corteze, Mirna Gonçalves e Priscilla Lampazzi) que produzam obras artivistas, para, então, verificar suas motivações e relações com o público. A pesquisa também aborda questões acerca dos corpos, corpo gordo, sexualidade e gênero, destacando reflexões sobre as Artes Visuais e sociedade, e como a representatividade da diversidade de identidades contemporâneas faz diferença nos valores do imaginário. O embasamento teórico conta com Denise Bernuzzi Sant’anna (2005) e Naomi Wolf (2018) em relação ao contexto sócio-histórico das representações dos corpos; Michel Maffesoli (2008) e Gilbert Durand (1993; 1997; 2001) para conceituar imaginário e símbolo; Juremir Machado da Silva (2006) para complementar o conceito de imaginário, levando para a era contemporânea com as tecnologias do imaginário; John Dewey (2010) para abordar as obras enquanto possíveis experiências estéticas; Félix Guattari e Suely Rolnik (1996) para tratar sobre os objetos artísticos com viés político de transgressão enquanto ações micropolíticas; Félix Guattari (2011) com o conceito de ecosofia e; Maria-Christine Josso (1991; 2004; 2007) entrelaçando a formação do sujeito com as produções, bem como abordar as produções como parte de uma pesquisa poética autobiográfica. A pesquisa obteve como principal resultado a confirmação de que as obras visuais contribuem para a identificação dos espectadores, bem como com a sua autoaceitação, a partir das significações e reflexões instigadas pelas produções, de forma a dar visibilidade. Sendo assim, é possível afirmar que, ao promover uma nova construção de valores e comportamentos acerca de si, as artes visuais podem estimular articulações ético-estéticas de desconstrução dos imaginários, auxiliando para a ruptura de valores morais e sociais excludentes e a ressignificação de valores mais inclusivos.