Impacto da saúde mental de mães adolescentes no medo odontológico dos filhos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Costa, Vanessa Polina Pereira da
Orientador(a): Demarco, Flávio Fernando
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Departamento: Faculdade de Odontologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/3544
Resumo: O medo odontológico é um dos principais fatores de fuga ao tratamento odontológico e por consequência determina piores condições de saúde bucal. A depressão materna pode ser um desencadeador do medo infantil, devido à pobre interação entre mãe e criança e a insegurança transmitida o que leva à dificuldade de enfrentar situações novas e de estresse, assim como a ansiedade que é amplamente transmitida de pais para filhos e interfere na forma como as crianças encaram as situações. A prevalência de transtornos mentais tende a ser maior quando a gravidez acontece na adolescência. Assim, este estudo tem como objetivo investigar a relação entre desordens psiquiátricas maternas como depressão e ansiedade com o medo odontológico infantil, bem como determinar a influência de fatores socioeconômicos, demográficos e de saúde bucal. Através da revisão sistemática da literatura procurou-se encontrar estudos que investigassem a relação entre a depressão materna e o medo odontológico dos filhos. O estudo transversal foi aninhado a uma coorte de mães que tiveram seus filhos na adolescência, e que foram captadas durante o pré-natal realizado no Sistema Único de Saúde, e seus filhos, atualmente com idades entre 24 e 36 meses. A coleta de dados socioeconômicos, demográficos e de hábitos de saúde bucal ocorreu através de uma entrevista, a coleta das desordens psiquiátricas através do instrumento BDI (Inventário de depressão de Beck) e MINI, a ansiedade através do BAI (Inventário de Ansiedade de Beck), a ansiedade odontológica materna através da DAS (Dental Anxiety Scale) e o medo odontológico infantil através da DAQ (Dental Anxiety Question). As mães e crianças foram submetidas a um exame de saúde bucal seguindo os critérios da Organização Mundial de Saúde. Foram avaliadas 540 díades de mães/filhos no período de junho de 2012 a fevereiro de 2014. Os resultados da revisão sistemática demonstraram que nenhum estudo tinha investigado o papel da depressão materna no medo odontológico da criança. Os autores encontraram que os transtornos mentais poderiam causar o medo em seus filhos e por analogia poderiam levar ao desenvolvimento do medo odontológico, porém mais estudos seriam necessários para confirmar essa hipótese. No estudo epidemiológico, ao avaliar a relação entre depressão e ansiedade materna com o medo odontológico, constatou-se que o medo odontológico foi positivamente associado com a presença de depressão materna (p=0,055), bem como com a presença de agorafobia (p=0,042) e experiência de cárie nas mães (p=0,017). A trajetória de ansiedade desde a gestação teve influência no medo odontológico infantil (p=0,004). Os resultados sugerem que a presença de depressão e a manutenção da ansiedade maternas podem exercer um efeito negativo no desenvolvimento do medo odontológico infantil, devendo ser levado em conta quando do estabelecimento de planos de tratamento individuais e políticas públicas de saúde bucal.