Memórias de uma forma de morar: a Chácara da Baronesa, Pelotas, RS, Br. (1863-1985).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Montone, Annelise Costa
Orientador(a): Gutierrez, Ester Judite Bendjouya
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural
Departamento: Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/6185
Resumo: A presente pesquisa tem como objeto de estudo a antiga Chácara da Baronesa, hoje transformada no Museu Municipal Parque da Baronesa, patrimônio histórico municipal, situada em Pelotas, RS. A morada foi edificada na segunda metade do século XIX para abrigar a família de Annibal Antunes Maciel Jr. e Amélia Hartley Antunes Maciel, futuros Barões de Três Serros. O recorte temporal proposto, de 1863 a 1985, abrange o período em que a chácara foi habitada por três gerações no mesmo núcleo familiar e, após um período de declínio, passou à tutela da Prefeitura de Pelotas. Entre 1978 e 1982, o prédio sofreu uma reforma restaurativa que o preparou para o desempenho da nova função: museu. Pretende-se compreender as memórias reveladas, ou silenciadas, pela Chácara da Baronesa, por meio do estudo das materialidades que alcançaram nosso tempo, desvendadas por diferentes documentos, tendo como método de análise a noção de biografia cultural dos objetos. A análise insere-se nos campos de estudo da memória, patrimônio, arquitetura e urbanismo e cultura material. A história da trajetória da chácara foi construída com base na formulação de perguntas, cujas respostas foram investigadas em diferentes tipos de documentos, principalmente aqueles preservados no Museu da Baronesa. Especificamente, buscou-se descrever o contexto histórico, social e cultural da moradia e do museu; identificar nas fontes pesquisadas as marcas dos diferentes ciclos de vida da chácara, relacionadas às materialidades e sociabilidades do lugar; e interpretar o lugar estudado em seu momento de transição, de espaço privado a espaço público. Foi possível afirmar que as intervenções das políticas públicas municipais deixaram marcas, mutilações, ausências e acréscimos encontrados no estudo da chácara como artefato. Sobretudo, a intervenção, para mudança de função, provocou a demolição da construção que abrigava os trabalhadores, apagando sua memória. Sua interpretação como objeto da cultura material, por intermédio da abordagem biográfica, ofereceu sentido à construção de uma relação entre o tangível e o intangível de suas memórias, suas relações sociais e seu papel como patrimônio.