Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Azevedo, Cristiane dos Santos |
Orientador(a): |
Miranda, Ana Ruth Moresco |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7615
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Resumo: |
O objetivo dessa pesquisa é o de descrever e analisar as modificações observadas em produções textuais de alunos do EJA submetidos a um processo constante de exercícios de escrita criativa. Dessa forma, estudamos o processo de aquisição da escrita de quatro informantes adultos, a fim de verificarmos se há indícios da passagem, em seus textos, do que Kato (1986) denomina de escrita 1, ou seja, de uma escrita próxima da oralidade, para a escrita 2, aquela se distancia da fala por estar mais próxima da língua padrão do português escrito. Os informantes possuíam um histórico de repetências múltiplas e evasão escolar, tinham idade entre 16 e 33 anos, eram trabalhadores e estudavam no turno noturno de uma escola pública municipal de Pelotas, RS, (2005). Eles cursavam a 5ª/6ª série do ensino fundamental e faziam parte do Programa de aceleração de estudos para jovens e adultos (EJA), promovido pela Secretaria Municipal de Educação de Pelotas (SME). Ao todo coletamos 51 textos produzidos pelos informantes, os quais apresentavam problemas em relação a aspectos gramaticais de diversos tipos os analisamos a partir de três categorias: presença de marcas de oralidade na escrita; utilização de elementos de coesão referencial nos textos produzidos; e existência de estrutura narrativa nas produções analisadas. Os resultados mostraram em relação à Categoria 1 – Presença de marcas de oralidade na escrita que, ao serem analisados os erros ortográficos motivados pela fonética da língua (levantamento de vogais átonas finais e a grafia do “u” para representar o “l” do final da sílaba, segundo Bisol 1989), que embora tais marcas de oralidade nos textos analisados não tenham tido uma diminuição significativa, a explicitação de aspectos teóricos relativos a problemas recorrentes nesses textos auxiliou os informantes, pois eles passaram a refletir sobre os erros cometidos. Em relação à Categoria 2 – Utilização de elementos de coesão referencial nos textos produzidos ( formas remissivas não - referenciais presas e livres e formas remissivas referenciais, segundo Koch (1986)), constatamos que os informantes modificaram a forma de utilização dos elementos de coesão referencial em seus textos, mesmo sem haver explicitação teórica, e que isso ocorreu de forma mais expressiva após terem sido expostos à leitura sistemática de textos literários (narrativos) em sala de aula. Finalmente, em relação à Categoria 3 – Aquisição de estruturas narrativas tradicionais na escrita (superestrutura, complicação, resolução, fato, acontecimento, avaliação segundo Van Dijk (1978); componentes essenciais da narrativa, segundo Adam (1987) (1992) e conceito de mudança de estados na narrativa, segundo Todorov (1973), verificamos que os informantes apresentaram indícios da aquisição da estrutura narrativa em seus textos e que isso ocorreu, no geral, a partir da quinta e sexta oficinas de escrita criativa que aplicamos (num total de seis) durante o ano letivo de 2005. As constatações acima indicam que os informantes apresentaram, ao final de processo descrito e analisado, indícios da presença de uma escrita2 nos textos que produziram, ainda de forma parcial, o que reforça a necessidade de uma continuidade dessas práticas para que ocorram modificações mais significativas no que diz respeito ao domínio da norma culta da L.P. Por fim, esta pesquisa mostrou-se relevante porque explicita a necessidade de uma prática docente voltada, nas aulas de língua portuguesa para os três campos aqui analisados: a escrita, a leitura e a explicitação teórica de aspectos gramaticais, entendendo-os como complementares e necessários ao integral desenvolvimento lingüístico do educando. |