Entre as palhas de Xapanã: sentidos e conexões para criação etno-performativa.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Paz, Caroline Ribeiro
Orientador(a): Jesus, Thiago Silva de Amorim
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais
Departamento: Centro de Artes
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8011
Resumo: A pesquisa apresentada refere-se a dissertação de mestrado desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas – UFPel, vinculada à linha de pesquisa Processos de Criação e Poéticas do Cotidiano. O objetivo principal foi compor uma obra artística de caráter etnoperformativo e problematizá-la a partir da experimentação e criação de um novo olhar sobre os gestos e sentidos inspirados no Orixá Xapanã, por meio de uma vídeodança. Tem-se como objetivos específicos: produzir um material em vídeodança como forma de valorização e divulgação da temática negra; refletir sobre o processo criativo em dança em torno do universo do Orixá Xapanã; contribuir para a divulgação das artes negras através de uma obra de vídeodança afroreferenciada. O estudo, que adotou como linha teórico-metodológica a etnografia performativa, aborda um processo de criação artística inspirado no Orixá Xapanã e em seus signos, no qual busquei, através de experimentações que emergiram do meu corpo em movimento, a construção de uma obra audiovisual em performance que resultou na criação da obra em vídeo ―Atotoó – interditos e mistérios do negrocorpo‖, em parceria com a artista Bárbara Cezano. Foram adotados como principais referenciais teóricos: (SILVA,2014); (RIBEIRO, 2019); (DUMAS, 2019); (CORRÊA, 1992); (DANTAS, 2016); (SAMPAIO, 2012); (COELHO, 2019); (OSTROWER, 1981); (NETO, 2019); (MUNANGA,2005); (CÔRTEZ,2013); (PRANDI, 2005; 2001);(GUIMARÃES, 2017); (FERREIRA, 2011), entre outros que também colaboraram para o desenvolvimento dessa escrita. Procurou-se explorar elementos associados ao universo afrorreligioso mediante uma visualidade contemporânea, evitando o distanciamento de aspectos ancestrais da cultura negra que se articulam com o Batuque no Rio Grande do Sul, tomando por base minha experiência como praticante e frequentadora de um Terreiro. A pesquisa se conduziu por uma linha narrativa que teve como ponto central a relação indivíduo-orixá-religiosidade, traduzindo e relendo para a cena em vídeo alguns dos elementos que representassem ou fizerem referência a essa divindade, tais como a pipoca, a palha, o fogo. Em suma, o foco esteve voltado para a exploração de características em sua dança, de forma direta e indireta, o movimento e o não movimento, orientando-se pela energia e força que são marcas de Xapanã, mantendo, como característica essencial, o mistério que envolve a mitologia associada a este Orixá que tematiza a obra.