Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Nobrega, Michelle Rodrigues |
Orientador(a): |
Ghiggi, Gomercindo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8650
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Resumo: |
Organizações Não-Governamentais (ONGs) que se reivindicam freireanas, aqui representadas pelas ONGs Centro de Educação e Cultura Popular (CECUP), Fé e Alegria/RS e Instituto Paulo Freire (IPF) contribuem com a contra-hegemonia das classes populares. A escolha destas instituições explica-se principalmente, por reivindicarem-se freireanas em seus objetivos ou missão, nos documentos e sites de divulgação das organizações. Os instrumentos de percussão foram: entrevista semiestruturada, formulários sobre o perfil dos sujeitos participantes da pesquisa, observação estruturada, levantamento documental e bibliográfico. Na crítica do ‘corpus’, destaca-se que foi utilizado o procedimento de percussão análise de conteúdo. Isto posto, a investigação apresenta o percurso histórico, objetivos, as constituintes freireanas apontadas como centrais para a ação cultural contrahegemônica nas ações desenvolvidas pelas ONGs segundo os sujeitos participantes da pesquisa e os desafios das ONGs investigadas atualmente, despontando que, por objetivarem a regência contrária ao neoliberalismo, elas buscam não assumir o papel do Estado, buscando ‘parcerias’ para reafirmá-lo e cobrá-lo de suas funções sociais, em escala de ações diversas, da planetária a local. Procuram, em suas ações, formar lideranças e sujeitos para ação ‘comunitária’, ‘local’ ou ‘planetária’, participação popular na gestão pública, para o desenvolvimento sustentável e controle social. Contudo, suas práticas educativas na totalidade não têm centralidade na formação de uma consciência de classe, uma ‘classe para si’ e, por conseguinte, as lutas objetivam mudanças sociais e não ainda transformações estruturais da sociedade. As perspectivas de ação contra-hegemônica, apontadas pelos sujeitos participantes das ONGs, ainda que crítica, não atribuem centralidade ao conceito ‘conscientização’, e algumas características da ação cultural contrahegemônica freireana não aparecem significativamente em seus discursos. Apontam como desafios a captação de recursos pelas agências de financiamento e a responsabilidade na transparência da prestação de contas perante a sociedade. Com isso, concluímos que as ações culturais desenvolvidas pelas ONGs são importantes para algumas mudanças sociais, hoje ainda pontuais, e em vários momentos fundamentais para a organização de classe, mas são insuficientes para desencadear mudanças na escala nacional, aquém ainda à transformação social abordada aqui. Destarte, a tese aqui defendida é de que as ONGs apresentam percursos históricos que influenciam e vêm sendo influenciados pela conjuntura social e perspectivas teóricas metodológicas parcialmente condizentes com o pensamento freireano, mas suas práticas não são suficientes para contribuir com o tributo contra-hegemônico das classes populares. |