Efeito neuroprotetor do extrato de amora preta (Rubus sp.) em mecanismos associados ao desenvolvimento e a progressão da Doença de Alzheimer: um estudo em modelos pré-clínicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Mello, Julia Eisenhardt de
Orientador(a): Spanevello, Roselia Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Bioprospecção
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/11538
Resumo: A doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa, progressiva e irreversível que acarreta em perda de memória e declínio cognitivo. Dentre os mecanismos fisiopatológicos envolvidos na DA, pode-se citar o déficit colinérgico, a neuroinflamação, o estresse oxidativo, a hiperfosforilação da proteína Tau (p-Tau) e alterações no metabolismo cerebral da glicose. Considerando que os fármacos disponíveis para o tratamento da DA apenas amenizam os sintomas, é necessário a busca por novas alternativas farmacológicas que possam auxiliar na prevenção e na progressão desta doença. A amora preta (Rubus sp.) é um fruto rico em compostos bioativos, como por exemplo, as antocianinas. Dados da literatura tem demonstrado que o extrato deste fruto apresenta atividade neuroprotetora em diferentes modelos experimentais. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o potencial terapêutico do extrato de Rubus sp. em modelos pré-clínicos da DA. Ratos Wistar adultos machos foram submetidos a um modelo experimental de amnésia ou de demência esporádica do tipo Alzheimer, induzidos por escopolamina (SCO 1 mg/kg) e estreptozotocina (STZ 3 mg/kg), respectivamente. No modelo de SCO, os animais receberam o extrato de Rubus sp. por via intragástrica nas concentrações de 100 e 200 mg/kg durante 10 dias. No protocolo do STZ, os animais receberam injeção intracerebroventricular de STZ e os animais foram tratados com extrato de amora preta (100 e 200 mg/kg) por 21 dias. No final de cada protocolo experimental foram realizados testes comportamentais para avaliar a memória e após, os animais foram submetidos a eutanásia e o córtex cerebral, hipocampo e cerebelo foram coletados para as análises bioquímicas. No protocolo com SCO, o donepezil foi utilizado como controle positivo e no protocolo da STZ, a metformina foi usada como controle positivo. Em ambos os protocolos, o extrato de Rubus sp. foi capaz de prevenir ou reverter os déficits de memória, estresse oxidativo e o aumento da atividade da acetilcolinesterase (AChE). No protocolo da SCO, observou-se que o extrato de Rubus sp. possui efeito semelhante ao donepezil. No protocolo do STZ, o extrato de Rubus sp. também preveniu o aumento de interleucina 6 (IL-6) em hipocampo, e as alterações na expressão gênica de GSK3β e Nrf2 induzidas pelo STZ. A metformina, utilizada no protocolo da STZ teve efeitos semelhantes ao extrato de Rubus sp. Os resultados obtidos destacam que o extrato de Rubus sp. atua em diversos alvos cerebrais, demonstrando assim seu o potencial neuroprotetor e ressaltando a importância da investigação dos produtos naturais em doenças que acometem o sistema nervoso central (SNC).