Fertilizantes nitrogenados de eficiência aumentada em arroz irrigado: rendimento de grãos, eficiência no uso do nitrogênio e emissão de gases de efeito estufa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Veçozzi, Thaís Antolini
Orientador(a): Sousa, Rogério Oliveira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Manejo e Conservação do Solo e da Água
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4941
Resumo: Os fertilizantes nitrogenados de eficiência aumentada são fontes de nitrogênio (N) capazes de inibir ou retardar processos enzimáticos e microbianos do solo ou de aumentar o tempo de liberação do nutriente ao solo. Com o objetivo de testar a hipótese de que esses fertilizantes reduzem as emissões de óxido nitroso (N2O) e de metano (CH4) no cultivo de arroz irrigado foram desenvolvidos dois estudos sob condições de campo em Planossolo háplico no Capão do Leão, RS, e um estudo sob condições controladas utilizando um solo “Dewitt silt loam” em Fayetteville, AR, USA. O estudo 1 comparou fertilizantes estabilizados à ureia durante as safras de 2015/2016 e 2016/2017: Testemunha, Ureia, Ureia+NBPT, Ureia+NBPT+DCD, Ureia+Cu B, Ureia+S, Ureia 10% zeolita. O estudo 2 avaliou uma ureia recoberta por polímero durante as safras 2013/2014, 2014/2015, 2015/2016 e 2016/2017, comparando-a com os tratamentos testemunha sem N e ureia. Em ambos os estudos, os fertilizantes de eficiência aumentada não mostram serem capazes de reduzir as emissões de N2O e de CH4 do solo, quando comparados à ureia comum aplicada de forma parcelada no cultivo de arroz irrigado por inundação contínua. No estudo 1, os valores máximos de emissão de CH4 foram de 474 kg ha-1 na safra 2015/2016 e de 509 kg ha-1 na safra 2016/2017. Entre esses anos o valor médio de Potencial de Aquecimento Global parcial da testemunha foi próximo a 13.500 kg CO2 eq. ha-1 e dos tratamentos com fertilizante nitrogenado de 14.200 kg CO2 eq. ha-1. No estudo 2, a emissão de N2O da testemunha não foi inferior à dos tratamentos com aplicação de N, sendo semelhante à da ureia nas três primeiras safras e equivalente à da ureia recoberta por polímero na quarta safra avaliada. De acordo com os dois estudos, a eficiência no uso de N, assim como o rendimento de grãos de arroz, proporcionado pelo uso de fertilizantes de eficiência aumentada foram semelhantes ao da ureia no cultivo de arroz irrigado. Por outro lado, independente da fonte, o uso de fertilizante nitrogenado não aumenta o Potencial de Aquecimento Global parcial e o índice Potencial de Aquecimento Global parcial/Rendimento de Grãos, que traduz quanto cada kg de grãos produzido emite de gases de efeito estufa na forma de CO2 equivalente. O estudo 3 teve como finalidade avaliar a liberação de amônio (NH4+), nitrato e nitrito (NO3-+NO2-) sob duas umidades de solo (70% espaço de poros preenchidos por água e 50-100% espaço de poros preenchidos por água) associadas a diferentes combinações de ureia e de dicianodiamida (DCD): Testemunha, Ureia, 0,5% DCD, 1,0% DCD, 2,5% DCD, 5,0%DCD e 10,0% DCD. Em ambas as umidades de solo, as doses de DCD de 2,5%, 5,0% e 10,0% mantiveram a concentração de NH4+ acima de 20% do N liberado dos fertilizantes durante 31 dias, assim como aumentaram a meia-vida de desaparecimento do NH4+ em 7 dias e a meia vida de NO3- + NO2- em 8, 9 e 12 dias, respectivamente. O uso de 10,0% de DCD é capaz de diminuir o tempo de nitrificação do N derivado da ureia em mais de duas semanas comparativamente à ureia sem DCD.