Desempenho físico: mudanças e associação com parâmetros de saúde em até seis anos entre idosos de uma coorte do sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Gomes, Darlise Rodrigues dos Passos
Orientador(a): Bielemann, Renata Moraes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Alimentos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/13840
Resumo: O declínio no desempenho físico (DF) vem sendo associado a desfechos adversos em saúde entre idosos. Porém, são escassos os estudos longitudinais que avaliam múltiplos desfechos, como a autopercepção negativa em saúde (ANS), elevado número de consultas de saúde, incapacidade física, quedas e hospitalizações. Assim, a presente tese teve como objetivos descrever as mudanças no DF avaliado por diferentes critérios e os seus respectivos fatores associados, além da relação entre baixo DF e a ocorrência de cinco desfechos em saúde observados, em até seis anos de acompanhamento, entre 1451 idosos comunitários, residentes na zona urbana do município de Pelotas/RS, incluídos em um estudo transversal de base populacional realizado em 2014 (baseline) – “COMO VAI?” – e reavaliados em 2019-20 no estudo longitudinal. O DF foi avaliado nos dois períodos através dos testes Velocidade de Marcha (VM) e Timed Up and Go (TUG). A autopercepção em saúde, número de consultas de saúde, ocorrência de quedas e de hospitalizações foram obtidas mediante relato dos idosos no acompanhamento de 2019-20, enquanto a incapacidade física foi medida utilizando-se a escala proposta por Katz. As associações entre a mudança na VM e no TUG (2014 para 2019-20) e as variáveis de interesse foram obtidas por meio de modelos lineares mistos, ajustando-se para fatores de confusão. A associação entre o baixo DF e a ocorrência dos desfechos em saúde foi avaliada por regressão de Poisson com variância robusta. Apresentaram informações de DF nos dois momentos 478 idosos. Aproximadamente 68% dos participantes apresentaram declínio na VM e no TUG; enquanto 20% não tiveram alteração significativa na VM e 9% no tempo do TUG (DF estável); e 12% e 23% melhoraram o DF a partir da VM e do TUG, respectivamente. Estiveram associados à diminuição da VM o sexo masculino, viver sem companheiro/separado, ter ensino superior e ter consumido álcool no último mês, enquanto idade avançada, baixo nível socioeconômico, inatividade física e excesso de peso estiveram associados à piora no DF a partir do TUG. Os resultados dos testes físicos não se associaram com a ANS e com o número de consultas com profissionais de saúde. Entretanto, apresentar baixo DF na baseline (VM e TUG) foi associado à incapacidade física em 2019-20. O baixo DF no TUG em 2014 foi associado à ocorrência de quedas subsequentes (RP=1,57, IC95% 1,13; 2,18). Já declínio na VM foi associado à hospitalização (RP=1,86, IC95% 1,05; 3,31). Este estudo mostrou que a maioria dos participantes apresentou declínio no DF e os fatores mais fortemente associados não são modificáveis (sexo e idade). Além disso, o baixo DF foi associado a incapacidade física, quedas e hospitalização em até seis anos. Assim, avaliações consecutivas do DF devem sinalizar medidas preventivas dirigidas ao idoso, prevenindo a incidência de desfechos adversos em saúde.