Prevalência de abuso de álcool e outras drogas em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Pereira, Gabriela Botelho
Orientador(a): Oliveira, Michele Mandagará de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3818
Resumo: O consumo abusivo de álcool e outras drogas é um grave problema de saúde pública, podendo evoluir para a cronificação, causando transtornos para a vida familiar, social, assim como complicações físicas e mentais. O presente estudo tem por objetivo verificar a prevalência do diagnóstico de abuso/dependência de álcool e outras drogas em usuários internados em Unidade de Terapia Intensiva, assim como descrever as características sociodemográficas e clínicas dos mesmos. Conhecer o perfil dessa população e características clínicas pode fundamentar o planejamento de políticas públicas que privilegiem a atenção básica e estratégias de redução de danos para evitar a cronificação da doença, assim como identifiquem a primordialidade de leitos hospitalares e de cuidados intensivos destinados a essa população. Foi utilizada metodologia descritiva e transversal. Foram pesquisados 865 prontuários de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva, no período de 2012 a 2015, obtendo uma prevalência de diagnóstico de uso abusivo e dependência de álcool e outras drogas de 51,9% (449), sendo 22% do total de internados usuários abusivos de álcool e 48,7% de tabaco, na maioria homens (68,9%), de cor auto referida branca (84,7%), na faixa etária predominante de 61 a 70 anos (27,6%). Os diagnosticados usuários abusivos ou dependentes apresentaram maior duração da internação (5 vs 4 dias), mais frequente uso de ventilação mecânica (63,9% vs 52,9%) e tempo de uso de ventilação mecânica (5 vs 4 dias) quando comparados aos não dependentes. Com relação a distribuição das causas de internação na Unidade de Terapia Intensiva, os pacientes com diagnóstico de uso abusivo de álcool e outras drogas foram 100% dos que internaram por Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (n=22), 84% dos que internaram por hemorragia digestiva (n=21), 66,7% dos que internaram por insuficiência hepática (n=6), 66,7% dos que internaram por infarto agudo do miocárdio (n=4) e 63,6% por outras cardiopatias (n=6). Dos pacientes que internaram por insuficiência respiratória aguda, 142 (60,7%) foram diagnosticados usuários abusivos de álcool, dos que internaram por complicações da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida foram 22 (59,5%) e dos que internaram por sepse 128 (50,8%). Dos que apresentavam comorbidades cardiovasculares, os usuários com diagnóstico de uso abusivo de álcool e outras drogas eram 47,4%, respiratórias 72,7%, infecciosas 60,3%, neoplasias 51,8%, neurológicas 32,1%, renais ou metabólicas 35,3%, gastrointestinais 78,1% e psiquiátricas 31,2%. Conclui-se que há prevalência relevante de diagnóstico de uso abusivo ou dependência de álcool e outras drogas que internam em Unidade de Terapia Intensiva, principalmente substâncias psicoativas lícitas, e que as internações são por causas diversas, sendo muitas patologias relacionadas ao uso excessivo de álcool e outras drogas. Faz-se necessário discutir a qualificação da equipe de saúde para realizar a identificação do uso abusivo ou dependência de álcool e outras drogas, registrar adequadamente as informações em prontuários, assim como realizar a assistência integral aos usuários, com terapêutica adequada ao problema, orientações direcionadas ao usuário e familiares e inserção adequada na rede de atenção à saúde.