Caracterização fenotípica e genotípica de isolados de Staphylococcus aureus envolvidos em surtos de intoxicação alimentar no Rio Grande do Sul e atividade antimicrobiana e de redução de biofilme de óleos essenciais de Piper elongatum (Vahl.) e Minthostachys setosa (Briq.) Epling

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Peralta Canchis, Lisseth Pamela
Orientador(a): Silva, Wladimir Padilha da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia
Departamento: Centro de Desenvolvimento Tecnológico
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8906
Resumo: Staphylococcus aureus é o patógeno responsável pela intoxicação alimentar estafilocócica. Esse micro-organismo pode apresentar resistência a antimicrobianos e sanitizantes e formar biofilmes. Objetivou-se determinar os tipos spa, os grupos agr, detectar a presença dos genes do cluster egc e avaliar a resistência fenotípica e genotípica de 13 isolados de S. aureus envolvidos em surtos de intoxicação alimentar. Além disso, verificar sua capacidade de formar biofilme em superfície de aço inoxidável e avaliar a atividade antimicrobiana e de redução de biofilme de óleos essenciais (OE) de Minthostachys setosa (Briq.) e de Piper elongatum (Vahl.). Dez tipos spa foram identificados utilizando a técnica de tipificação do gene spa. Os grupos agr e os genes do cluster egc foram detectados por PCR, sendo os grupos agr III e agr II os mais prevalentes (30,76% e 7,69%, respectivamente). O 23,07% dos isolados carreavam os genes seln e sei e apenas um isolado portava o cluster egc. A suscetibilidade a antimicrobianos determinou que todos os isolados apresentaram resistência a pelo menos um antimicrobiano. A técnica de microdiluição em caldo, demonstrou a tolerância dos treze isolados ao cloreto de benzalcônio (4 a 8 µg.mL-1) e a clorexidina (4 µg.mL-1). Nove genes de resistência a antimicrobianos (blaZ, ereB, ermB, ermC, sul2, tetM, tetA, tetB, tetK), bem como genes codificadores de bombas de efluxo (mepA, norA, norB e smr) foram detectados por PCR. Todos os isolados formaram biofilme sobre aço inoxidável a 25 e 37 °C. A cromatografia gasosa/espectrometria de massas identificou a pulegona (57,54%) e o cariofileno (7,29%) como os compostos mais abundantes do OE de M. setosa, enquanto eucaliptol (10,84%), metil-eugenol (9,29%), β-ocimeno (8,31%) e espatulenol (7,22%), foram os compostos majoritários do OE de P. elongatum. A concentração inibitória mínima (CIM) de ambos OE contra S. aureus foi 12,5% e a Concentração Bactericida Mínima (CBM) foi 50%. O biofilme pré-formado sobre aço inoxidável de dois isolados selecionados de S. aureus foi exposto por 15 min a três concentrações (6,25%, 12,5% e 25%) de cada OE, e verificou-se que houve redução na contagem de células viáveis de até 2,52 UFC.log cm-2 na maior concentração avaliada. Pela Microscopia Confocal de Varredura a Laser se observou que os dos dois OE avaliados apresentaram atividade na remoção de biofilme e que à medida que a concentração do óleo aumentava, a remoção do biofilme foi mais significativa. Conclui-se que os isolados de S. aureus envolvidos em surtos de intoxicação alimentar estafilocócica no Rio Grande do Sul apresentam resistência a antimicrobianos e tolerância a sanitizantes e têm capacidade de formar biofilme em aço inoxidável. Os grupos agr prevalentes (agr II e III) são os que regulam a resistência a antimicrobianos e a formação de biofilme nessa espécie bacteriana. Verificou-se também que os OE avaliados têm capacidade antimicrobiana e reduzem o número de células viáveis em biofilme pré-formado de S. aureus nas concentrações e tempos avaliados.