Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Morales, Gabriel Dias |
Orientador(a): |
Sparemberger, Alfeu |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Letras
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14656
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Resumo: |
Esta dissertação discute o entrelace entre João Gilberto Noll e Daniel Galera na composição artística de representação de crise e constituição de identidade pós moderna, sob o uso do corpo centrado na abjeção e no erotismo, em dois romances: A céu aberto (1996) e Mãos de cavalo (2006). O trabalho, de caráter qualitativo, é realizado a partir de análise bibliográfica, utilizando as teorizações referentes ao pós modernismo de Hutcheon (1991), Perrone-Moisés (2016), Jameson (1991; 2006), Villaça (1996) e demais autores, bem como estudos sociológicos de Foucault (2014), Bataille (2021), Kristeva (1982), Frank (1991), Bourdieu (2008), Bauman (2005; 2021), Han (2017a; 2017b; 2021), entre outros, para refletir quanto às categorizações identitárias, a inter-relação com o corpo, a abjeção e o erotismo, além de suas manifestações em sociedade. Ademais, para a análise do objeto, este estudo abarca investigações da área da literatura brasileira contemporânea. As narrativas de João Gilberto Noll e Daniel Galera apresentam usos de subjetividade textual que enfatizam o sentimento de deslocamento e fuga, atestando ora para a busca identitária, ora para metamorfose do Eu no mundo e na alteridade, compondo uma visão de sujeito em oscilação entre seu Eu e o Outro, em uma amálgama que transpõe a indefinição pós-moderna. O corpo serve como ponto de confluência entre os dois romances, à medida que sua materialidade se torna o único ponto compreensível em mundos e identidades que, aos olhos dos protagonistas, estão em constante metamorfose, instáveis e fragmentadas. É a partir dele que são representadas suas angústias identitárias, em meio a violências sexuais e automutilações; do vômito, gozo, fezes, mijo, suor e sangue, o corpo expressa-se. A abjeção e o erotismo atuam, neste sentido, como artifícios para compreender estas experiências corporais. De uma abjeção social e física, na qual o ato erótico é usado para assegurar uma dominância sócio-identitária, bem como para representar o desejo irracional de pertencimento identitário, a uma abjeção psicológica, na qual o ato erótico alinha-se à mutilação da carne para anestesiar e delinear o ser identitário, as artes literárias de ambos os autores traçam seu intricado caminho. |