Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Cardoso, Sergio Ricardo Pereira |
Orientador(a): |
Tambara, Elomar Antônio Callegaro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5414
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Resumo: |
Partindo da premissa de que as associações mutualistas promoveram também a tão perseguida (e muitas vezes distorcida) consciência de classe, esta tese tem como objetivo analisar o processo histórico da Associação Sul-Riograndense de Professores (ASRP), desde sua fundação nos anos 20 do século passado até a década de 1980. As fontes utilizadas foram os jornais locais, as atas de reuniões, os relatórios anuais da ASRP, as atas do 24º núcleo do Centro dos Professores do Estado do Rio grande do Sul (CPERS), além de fotografias e objetos da ASRP, tais como bandeira, flâmula, etc. Além da pesquisa documental, recorreu-se à história oral no que concerne aos seus instrumentos para a captação de fontes. Dessa forma, trabalhou-se categorias derivadas da sociologia do trabalho e, mais especificamente, do trabalho docente, tais como classe, experiência de classe, consciência de classe, identidade profissional, qualificação profissional, etc. Basicamente a ASRP é criada devido ao aumento de escolas e professores na região de Pelotas no início do século passado; devido à insegurança de direitos em que a profissão docente se configurava nos anos de 1920, os professores no intento de organizarem a classe, fundam esta associação, que seria a primeira da região sul do Rio Grande do Sul. Ao longo de sua existência, pode-se verificar que a ASRP não era apenas uma “ação entre amigos”, como posteriormente será acusada pelo chamado “sindicalismo docente vermelho”, mas sim uma entidade que reuniu a classe docente de Pelotas e região, e lutou por esta classe, sempre procurando resguardar seu status material e moral, reformando sem revolucionar. Atrelados à elevação da classe dos professores surgem os esforços da ASRP em corroborar com o processo de profissionalização docente que ocorria na cidade de Pelotas e região ao longo do século XX, cujos cursos e palestras lhe renderam o título de “Instituição de Utilidade Pública”. Nos anos 70, porém, com a criação da Faculdade de Educação (FaE) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a ASRP perde este espaço devido a função de formação/ qualificação docente ser legitimada como sendo da UFPel, e não mais da ASRP. Consequentemente, no final da década de 1970 e início da década de 1980, a ASRP declina até perder todas as características e intenções de quando foi fundada. Por fim, conclui-se que, devido a uma mudança nos vários perfis do professorado pelotense, a ASRP, ao congregar diversas experiências de classe docente, entrou em crise de identidade; a opção por conservar os valores e princípios de sua história deslocou-a para uma situação de constante relutância ao decesso, que perdura até hoje. Com o declínio da ASRP, extinguiu-se sua característica que mais saltava aos olhos e que as entidades que a sucederam não foram capazes de conservar, que é o poder de agregar além da esfera econômica, como revelam as falas dos entrevistados |