Atividade antibacteriana e antioxidante de extrato de araçá (Psidium cattleianum Sabine): influência da temperatura, do genótipo e estudo do mecanismo antiestafilocócico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lima, Andréia Saldanha de
Orientador(a): Silva, Wladimir Padilha da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Departamento: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8045
Resumo: O araçá é uma fruta rica em compostos bioativos que tem seu potencial antimicrobiano ainda pouco explorado. O objetivo deste estudo foi avaliar o potencial antibacteriano e antioxidante de extratos de araçá (EA), verificar a influência do genótipo e da temperatura e elucidar o mecanismo de ação dos EA contra Staphylococcus aureus. Os EA foram preparados com genótipos de araçá amarelos e vermelhos. A atividade antibacteriana dos EA foi avaliada por testes de disco difusão em ágar, concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (CBM), utilizando cepas ATCC de S. aureus, Listeria monocytogenes, Escherichia coli, Salmonella Typhimurium e Campylobacter jejuni. A atividade antioxidante foi determinada pelo sequestro do radical DPPH. O teor de fenóis totais foi determinado por espectrofotometria e os compostos fenólicos individuais foram quantificados por HPLC-MS, com todos os ensaios realizados antes e após os tratamentos térmicos. A termoestabilidade dos EA foi avaliada pela exposição dos extratos a temperaturas de até 100 ºC (40, 60, 80 e 100), por 1 h em cada temperatura. O mecanismo de ação antiestafilocócio foi determinado pela cinética de ação antibacteriana, integridade da membrana celular bacteriana (extravasamento de macromoléculas e ácidos nucleicos, microscopia eletrônica de varredura e microscopia confocal a laser), bem como por testes de interação dos EA com o DNA bacteriano (espectrofotometria de fluorescência). Os EA apresentaram atividade contra todos os micro-organismos avaliados, com halos de inibição variando entre 11 e 17 mm de diâmetro e valores de CIM de 9 a 147 mg.mL-1 e de CBM de 18 a 294 mg.mL-1 . Os menores valores de CIM e CBM foram observados para S. aureus. Não houve diferença na atividade antibacteriana entre os genótipos estudados e, em todos os EA, os valores de atividade antioxidante foram superiores a 90%, antes e após o tratamento térmico. O teor de fenóis totais oscilou entre 414 e 465 mg.100 g -1 e os principais compostos fenólicos identificados foram os ácidos gálico, ferúlico e cumárico. O tratamento térmico dos EA aumentou de 2 a 4 vezes os valores de CIM e CBM e ocorreu redução na concentração dos compostos fenólicos, com exceção dos ácidos ferúlico e cumárico nos EA vermelhos, onde não houve perdas significativas. Quanto ao mecanismo de ação antiestafilocócico, verificou-se que o micro-organismo foi eliminado em 24 h de contato quando se utilizou a CBM, havendo perda da integridade da membrana celular, provocando a liberação de importantes constituintes celulares. Os EA também apresentaram capacidade de se intercalar ao DNA bacteriano, demostrando que a atividade antiestafilocócica ocorre por alteração na integridade da membrana celular e danos ao DNA de S. aureus. Os resultados obtidos neste estudo são inéditos e demonstram que os EA possuem potencial antibacteriano e antioxidante, independente do genótipo, podendo ser uma alternativa para auxiliar na conservação de alimentos, incluindo alimentos processados termicamente