Padrões de duração do sono entre a adolescência e a vida adulta e sua relação com o acúmulo de capital humano em uma coorte de nascimentos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Machado, Adriana Kramer Fiala
Orientador(a): Wehrmeister, Fernando César
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9243
Resumo: O sono é um componente essencial do desenvolvimento saudável e é necessário para a saúde física e mental. Estudos têm evidenciado que problemas no sono podem aumentar o risco de ocorrência de doenças metabólicas e cardiovasculares, além de contribuir para todas as causas de mortalidade. Durante a adolescência, o sono desempenha um papel crítico no desenvolvimento físico e intelectual, incluindo a consolidação da memória e do aprendizado, sendo importante também para o desempenho escolar e profissional. Porém, justamente nessa faixa etária, a frequência de duração inadequada do sono é alta, o que pode ocasionar piores desfechos de saúde física e mental nesses indivíduos. Assim, o primeiro objetivo desta tese foi descrever as trajetórias de duração do sono da adolescência ao início da vida adulta (11, 18 e 22 anos) e caracterizar esses indivíduos de acordo com aspectos socioeconômicos, demográficos e comportamentais, utilizando dados da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 1993. Três trajetórias de duração do sono foram identificadas para o sexo masculino: “aumento e manutenção” (3,4%), “redução rápida e manutenção” (45,0%) e “redução constante” (51,6%). Enquanto no sexo feminino as trajetórias identificadas foram: “aumento e diminuição” (2,4%), “redução rápida e manutenção” (25,6%) e “redução constante” (72,0%). Homens e mulheres que pertenciam a trajetória com duração do sono mais longo apresentaram maior probabilidade de apresentar alguns comportamentos de risco e pior condição socioeconômica. O segundo objetivo desta tese foi revisar sistematicamente a literatura sobre a relação entre duração do sono (como exposição) e características do capital humano (desfechos cognitivos, escolares e socioeconômicos). Os resultados mostraram que tanto a curta quanto a longa duração do sono parecem estar associadas a piores resultados cognitivos em idosos. Em crianças e adolescentes, apenas a curta duração do sono parece estar associada a piores desfechos cognitivos e escolares. O último artigo desenvolvido nesta tese avaliou a relação entre as trajetórias de duração do sono entre a adolescência e o início da vida adulta (11, 18 e 22 anos) e os seguintes desfechos: memória de trabalho, anos de estudo e renda individual aos 22 anos, utilizando dados da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 1993. Como resultado, foi observado que indivíduos que pertenciam ao grupo com maior duração do sono apresentaram pior memória de trabalho e menos anos de estudo. Homens e mulheres dessas trajetórias pontuaram, em média, 1,6 e 1,8 pontos a menos no teste de memória, respectivamente, e apresentaram mediana de 1,6 e 2,6 anos a menos de estudo, respectivamente, quando comparados aos indivíduos da trajetória “redução rápida e manutenção”, os quais apresentaram os melhores resultados. Em relação a renda, não foram observadas diferenças.