A Comunidade Ribeira da Barca, Ilha de Santiago, Cabo Verde: experiências de cooperativa e estratégias em busca do bem viver

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Pinto, Admilson Robalo de Brito Xavier
Orientador(a): Oliveira, Jorge Eremites de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Antropologia
Departamento: Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/3498
Resumo: A presente dissertação de mestrado apresenta um estudo histórico e antropológico sobre cooperativismo e as estratégias de luta pelo bem viver na comunidade pesqueira de Ribeira da Barca, localizada na Ilha de Santiago, arquipélago de Cabo Verde. O objetivo geral do trabalho é compreender a organização desta comunidade com vistas a entender qual seria o bem viver a que ela aspira. Para este propósito, o estudo traz para a discussão o conceito de colonialidade do poder, dentre outros, que transcende as particularidades do colonialismo histórico português e que não desaparece com a descolonização oficial. Este conceito é recorrente em estudos sobre comunidades indígenas do continente americano e constitui-se, pois, em uma tentativa de explicar a modernidade como um processo intrinsecamente vinculado à experiência colonial. Atualmente, Cabo Verde tem sido refém do sistema-mundo e da dependência econômica do exterior, o que obriga o Estado a assinar protocolos e parcerias que visam atingir o desenvolvimento do país. Tais parcerias nem sempre satisfazem a necessidade da maioria da população nacional, como verificado na comunidade pesqueira de Ribeira da Barca, localizada na Ilha de Santiago, sobretudo por conta de um acordo sobre o domínio de pesca, assinado entre Cabo Verde e a União Europeia. Neste caso, em particular, verificou-se que a população local enfrenta muitas dificuldades de natureza socioeconômica e procura sobreviver por meio da ajuda mútua. Desse modo, surge uma forma de sociabilidade marcada pela solidariedade e busca pelo bem viver, observado na expressão “vivi dreto”, típica do crioulo cabo-verdiano, a qual tem a ver com uma alternativa à ideia de desenvolvimento convencional. Para tanto, são necessárias respostas políticas que possibilitem a cultura do estar em harmonia em detrimento da civilização do viver melhor. Trata-se de construir uma sociedade solidária e sustentável, visto que o bem viver sinaliza uma ética de suficiência para toda a comunidade e não somente para o indivíduo