Agentes infecciosos em gestantes e pacientes neoplásicos de um hospital público da região Sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Terto, Wesley Douglas da Silva
Orientador(a): Berne, Maria Elisabeth Aires
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Parasitologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14270
Resumo: Os agentes infecciosos apresentam grande importância em saúde pública. As infecções causadas por tais agentes podem ter um curso de infecção sintomática ou assintomática, dependendo de fatores como a imunidade do hospedeiro. Neste contexto, existem grupos de indivíduos que podem apresentar uma maior susceptibilidade às infecções, dentre os quais pacientes com câncer e gestantes. Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi verificar as taxas de registro de exames solicitados para agentes infecciosos em gestantes e pacientes neoplásicos atendidos em um hospital público do extremo sul do Brasil. Tratou-se de estudos retrospectivos e transversais que foram realizados nos anos de 2017 e 2018 utilizando dados relacionados aos aspectos sócio econômicos e exames sorológicos obtidos através dos sistemas ADS-hospitalar (Análise e Desenvolvimento de Software hospitalar) e AGHU (Aplicativos de Gestão para Hospitais Universitários). Para o estudo conduzido com foco em gestantes (n=653) f oram pesquisados resultados de exames para: Toxoplasma gondii (IgG e IgM), citomegalovírus (IgG e IgM), vírus da imunodeficiência humana (HIV), Treponema pallidum (Sífilis - VDRL), vírus da hepatite C (HCV) e vírus da hepatite B (HBV). Também foram averiguados resultados de sífilis nos neonatos das gestantes positivas. Para toxoplasmose, HCV e HBSAg mais de 90% destas foram avaliadas. Já para sífilis e HIV estes foram de 28,01% e 23,12%, respectivamente. Para citomegalovírus este foi expressivamente inferior (2,14%). Os principais resultados da soropositividade das gestantes foram: toxoplasmose (IgG 51,6%, IgM 0,5%), CMV (IgG 92,9%, IgM 7,7%), HCV (0,5%). Sobre o estudo com foco nos pacientes oncológicos (n=81), os tipos de cânceres mais frequentes foram: intestino (14,8%), mama (8,6%) e próstata (7,4%). Quanto aos resultados dos exames laboratoriai s, os mais solicitados foram anti -HCV (n=27, 33,33%), HBSAg (n=26, 32,09%), Toxoplasmose (IgG e IgM) (n=18, 22,22%) e Epstein-Baar (IgG e IgM) (n=16 , 19,75%). Dos pacientes positivos nos exames, 53,1% eram portadores de linfomas e leucemias. Conclui -se que os principais exames recomendados foram realizados na população estudada, entretanto, é necessário aumentar as taxas de solicitações, visto que o período gestacional requer cuidados específicos para a saúde da mulher, do feto, e posteriormente do neonato. É importante a adoção de critérios que possibilitem o acompanhamento de todas as fases da gestação, incluindo o parto, pela mesma equipe de saúde que realizou o pré-natal, e se possível, que sejam inclusos em apenas uma ferramenta tecnológica de fácil acesso ao histórico de saúde da gestante. É de suma importância a realização do diagnóstico sorológico e acompanhamento clí nico de todos os pacientes com câncer, pois existem diversos agentes biológicos que são oncogênicos e outros que podem ser reativados. Apesar das limitações do estudo, devido à ausência de resultados em vários prontuários, o mesmo possibilita ampliar a visão referente à presença dos agentes infecciosos, bem como o desenvolvimento de novos estudos visando a atenção à saúde das gestantes e dos pacientes oncológicos.