“A mais bela dama”: as ressignificações do feminino em adaptações (2012-2013) do conto “Branca de Neve”

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Mendes, Franciele Lima de Oliveira
Orientador(a): Silva, Daniele Gallindo Gonçalves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Centro de Letras e Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3648
Resumo: Os irmãos Grimm foram intelectuais importantes para a manutenção e difusão da cultura germânica durante o século XIX, sendo responsáveis por estudos sobre a gramática alemã e compilações de contos e sagas até então presentes apenas na oralidade. Dentre suas obras, uma de grande destaque foi o Kinder- und Hausmärchen, a qual reunia pela primeira vez de modo escrito vários contos maravilhosos, dentre eles, o de “Branca de Neve”, que viria a se tornar um dos mais famosos. Com o passar dos séculos, essa narrativa passou a ser recontada por diversos autores em mídias variadas, como cinema, literatura e quadrinhos, num processo que Hutcheon (2013) define como adaptação. É possível notar que fatores como o pensamento e o modo de funcionamento da sociedade na qual a nova versão da obra foi feita e recepcionada influenciam diretamente nas escolhas dos autores em relação às suas adaptações, à construção das personagens e ao tipo de abordagem utilizado. Para este trabalho, foi selecionado um total de quatro adaptações de “Branca de Neve”, além de três versões do conto dos próprios Grimm, para serem analisadas e comparadas sob as abordagens temáticas: amenização, empoderamento do feminino, aterrorização e sexualização. O foco é a representação do feminino na figura da protagonista, observando as relações de gênero e poder que estabelece com a antagonista feminina (madrasta) e com os personagens masculinos da trama (pai, anões, príncipe, caçador), tomando como base os estudos de Scott (1995) e Flax (1991). É possível notar que as releituras do século XXI buscam fugir dos estereótipos dos papéis de gêneros já ultrapassados, no qual o masculino é dominante e o feminino é subjugado, embora ainda seja difícil que uma obra consiga atingir um empoderamento total do feminino. Muitas vezes, isso se dá de forma apenas parcial, pois os padrões heteronormativos são mantidos e/ou o empoderamento de um personagem só se torna possível em detrimento da submissão de outro(s).