Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Mascarenhas, Alexandra Garcia |
Orientador(a): |
Ferreira, Márcia Ondina Vieira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9533
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Resumo: |
O presente trabalho analisou se professoras e professores reconhecem as tentativas de controle e de criminalização docente estimuladas pelos discursos de grupos neoconservadores, e se tais discursos produzem impactos sobre o trabalho docente. Dentro disso, buscou-se averiguar se o professorado percebe se as disciplinas que desenvolvem estão sendo afetadas pelas ações dos movimentos neoconservadores, além de analisar se o trabalho pedagógico enfrenta implicações a partir dos discursos disseminados por esses grupos com relação aos conteúdos, aos procedimentos e ao material didático, e quais seriam essas consequências. Por fim, buscou-se refletir sobre o papel da educação na sociedade democrática. O neoconservadorismo no Brasil, para este estudo, é compreendido como um movimento político que tem a direita cristã como principal articuladora, que pretende defender uma visão de mundo com relação à preservação de uma determinada ordem social, associando-se às orientações políticas e econômicas que reiteram ou apenas não se opõem aos seus ideais, o que nos permite compreender a sua aproximação com a racionalidade neoliberal. Esta pesquisa constitui-se num estudo de caso em que participaram docentes que representaram diferentes disciplinas da formação geral dos cursos integrados de nível médio do Câmpus Visconde da Graça – CaVG –, do Instituto Federal Sul-rio-grandense, na cidade de Pelotas/RS. Como método de coleta de dados foram utilizadas entrevistas semiestruturadas, baseadas nos escritos de Minayo, Bourdieu e Duarte. A análise das entrevistas foi realizada por meio de descrições e/ou comparações entre as falas das/dos participantes da pesquisa, a partir de categorias que deram origem às questões, que, por sua vez, remetem aos conceitos basilares deste estudo. Estudos sobre autonomia docente, educação crítica, educação e democracia, alianças entre forças neoliberais e neoconservadoras e o Estado democrático, baseada em autoras/es como Contreras, Freire, hooks, Apple, Brown, Bernstein, Boto, Ball, Penna, Biroli, Oliveira e outras/os, serviram de orientação para esta investigação. A análise indicou que não ocorreram mudanças significativas no trabalho docente por conta das ações dos movimentos neoconservadores, não interferindo, portanto, na autonomia docente. Foi perceptível que o professorado entende que não existem, até o momento, grandes interferências com relação às disciplinas que lecionam, embora alguns/mas docentes reconheçam que as modificações previstas na BNCC, por exemplo, podem causar mudanças nos conhecimentos de suas áreas de ensino. A análise aponta para a existência de autonomia docente e para a possibilidade de que a prática da educação crítica venha a ocorrer com mais autonomia em uma instituição de ensino pública; e conclui reconhecendo a educação como ferramenta de defesa do Estado democrático, que oportuniza o acesso à pluralidade de ideias, à emancipação e à cidadania |