Resumo: |
Esta pesquisa versa sobre os caminhos da memória, da história e do esquecimento na formação de professores da infância. Vincula-se à Linha de Pesquisa Formação de professores, ensino, processos e práticas educativas do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Pelotas. A temática se constrói a partir da combinação de dois momentos: decorrente das inquietações da professora-pesquisadora e a partir de estudos sobre as contribuições de Paul Ricoeur (1913-2005). Almeja-se como objetivo principal identificar como os caminhos da memória, da história e do esquecimento compõem a trajetória docente de professores da infância, a fim de perceber a teia que acolhe as dimensões pessoais e profissionais, expressando seu sentido na medida em que a subjetividade reconhece a sua experiência (ou contorna-se a si mesma). Apresenta-se como problema de pesquisa a seguinte questão: Em que medida a narratividade contribui como estratégia para acessar os caminhos da memória, da história e do esquecimento percorridos por professores da infância em sua professoralidade? A pesquisa está ancorada na abordagem metodológica qualitativa e no percurso de compreensão da hermenêutica reconstrutiva, utilizando como instrumentos de acesso às narrativas dos sujeitos pesquisados - professores da infância, atuantes no campo da Educação Infantil - um questionário exploratório e rodas de conversa. O horizonte compreensivo das manifestações das vozes dos professores indicam que as narrativas repercutem no reconhecimento de si e do outro, nas relações dentro das instituições. Ademais, a pesquisa elucida que o encontro compreensivo de si (e de mundo), a narratividade da infância e a sincronicidade entre memórias e docência são caminhos que atravessam a professoralidade e repercutem na formação de professores da infância. Além disso, esses caminhos fomentam a teia que acolhe as dimensões pessoais e profissionais, reconhecendo o sentido das experiências de vida e tornando-as potência para a percepção do outro. Essa teia formativa vibra na medida que a expressão da multiplicidade de vozes é acolhida nas narrativas tecidas sobre nossa historicidade. De modo que, reconhecer essas dimensões é um dos desafios para tornar a professoralidade um caminho próprio de cada sujeito. |
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