Povoado em abandono: caminhografia da hospitalidade em Cuñapirú – Corrales no Uruguai.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Portela, Laís Dellinghausen
Orientador(a): Rocha, Eduardo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Departamento: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8115
Resumo: A região mineira de Cuñapirú — Corrales, localizada no norte do Uruguai, inicialmente rural, encontra seu momento na histórica descoberta do ouro na região em 1820. A partir daí, a localidade passou a receber grandes investimentos de cunho estrangeiro que foram responsáveis pelo forte crescimento da região urbana na localidade. Tais investimentos de origem europeia fundaram o povoado de Minas de Corrales devido à grande quantidade de trabalhadores trazida para o garimpo do ouro. Contudo, após muitos anos, houve um declínio de investimentos na região somados a desastres naturais que acarretaram uma diminuição populacional e de interesse nas atividades mineiras, chegando ao fechamento de várias minas e desativação da Usina Cuñapirú. Nesse sentido, passa-se despercebido e incompreendido os abandonos urbanos em sua totalidade. Por esse motivo, anseia-se, nesta pesquisa, dar foco à localidade de Cuñapirú- Corrales, pertencente ao Departamento de Rivera no Uruguai e compreender o hoje, a fragmentação dos espaços, as relações e percepções dos indivíduos perante o lugar do abandono, compreendendo que este pode ser um território potencial produtor de reações afetivas e de ritornelos. Assim, através da aproximação entre as teorias do urbanismo contemporâneo e da filosofia contemporânea francesa, a pesquisa aborda os temas e diversos sentidos que a palavra abandono pode trazer à tona; como também traz para discussão a hospitalidade e os cuidados de si, explorando que lugares mesmo hostis podem acolher e demonstrar sensação de pertencimento; bem como insere uma relação próxima com a teoria da terceira paisagem. Objetiva-se cartografar os espaços do povoado abandonado, utilizando como método a caminhografia urbana com a finalidade de mapear, analisar, experimentar e corporificar sentidos para pensar o abandono como uma condição polissêmica da paisagem contemporânea. A pesquisa revela, através da criação de mapas e narrativas sensíveis, as potencialidades que podem ser despertas e subvertidas no lugar do abandono, aceitando as coexistências e polissemias.