Estudo clínico em felinos obesos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lages, Paula Diele Pereira Fonseca
Orientador(a): Nobre, Márcia de Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Veterinária
Departamento: Faculdade de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7695
Resumo: Na medicina veterinária estudar as causas e consequências da obesidade em felinos é recente. A obesidade ocorre principalmente em função manejo alimentar incorreto associado ao sedentarismo, embora outras situações, como a esterilização pode estar envolvidas. O aumento de peso pode implicar em alterações físicas, comportamentais e metabólicas. O presente estudo teve por objetivo descrever três casos clínicos de felinos com excesso de peso, avaliar a adesão ao programa de emagrecimento e estudar felinos domiciliados em relação a condição corporal, a alimentação e a prática de atividades físicas e a relação com o metabolismo. Foram avaliados três felinos que vieram para atendimento clínico em função da queixa de excesso de peso. Os pacientes foram pesados, e medida a circunferência torácica e comprimento da tíbia, para obter o índice de massa corpórea e também foram colidas amostras sanguíneas para avaliação da glicose, ureia, frutosamina e alanina aminotransferase. Ao ser confirmado o sobrepeso/obesidade foi proposta reeducação alimentar e exercícios regulares. Foram também estudados 52 felinos domiciliados, de diferentes idades, ambos os sexos e foram investigados quanto a condição reprodutiva, hábitos alimentares e atividades físicas. Os animais foram pesados e medidos da forma descrita anteriormente para determinação da condição corporal e da porcentagem de gordura corporal. Também foram avaliados os níveis séricos da glicose, ureia, frutosamina, alanina aminotransferase e creatinina, além de coleta de dados. Nos três felinos avaliados o excesso de peso refletiu em alterações comportamentais, porém não foram encontradas interferências da patologia nos parâmetros metabólicos e enzimáticos. Apesar do diagnóstico de sobrepeso, e das alterações notadas pelos tutores, a aderência a um programa de emagrecimento foi baixa. A amostra total, 52 animais, foi composta por felinos entre um e nove anos de idade, sendo três com menos de três anos, 41 de três a seis anos e oito com mais de seis anos, machos (31) e fêmeas (21), sendo 46 castrados e seis inteiros. O peso dos felinos variou de 3,1kg a 10,4kg, e ao ser considerado o escore corporal 14 animais foram considerados como magros ou peso ideal e 38 com sobrepeso ou obeso. A circunferência torácica variou de 31 a 60cm e a medida da patela até o calcâneo foi de 11,5 a 15cm, resultando em um percentual de gordura entre 24 a 63%. Somente 20 animais tinham na rotina diária atividades físicas enquanto 30 eram considerados sedentários. Em relação à alimentação a grande maioria recebia somente ração (45) e uma pequena parte (sete) recebiam comida caseira/ração/petisco. A quantidade de ração por dia variou de 75 a 225g. Dos felinos estudados, 28 recebiam alimentação livremente, 12 a ração era dividida e pesada de acordo com a necessidade individual e para outros 12 a ração era dividida mas não pesada. A partir desse estudo é possível concluir a importância do sedentarismo com o desenvolvimento e manutenção do quadro de obesidade, podendo ser considerado um retroalimentador da doença. Ainda, fatores como a esterilização e alimentação a vontade são fundamentais para a saúde dos felinos, porém isoladamente não determinam o aumento de peso.