A questão do desejo em Michel Foucault: a interpretação de uma experiência de retomada da vontade autônoma

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Krüger Junior , Dirceu Arno
Orientador(a): Araldi, Clademir Luís
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Instituto de Filosofia, Sociologia e Política
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8794
Resumo: O presente trabalho tem como pretensão deslindar a problemática da questão do desejo em Michel Foucault (1926-1984), filósofo francês, a partir dos contextos epistemológicos da subjetividade, da verdade e da liberdade. O desdobramento do supramencionado problema aclara-se por meio da possibilidade de estruturação de uma experiência de retomada da vontade autônoma, por parte do sujeito o qual se fundamenta, subjetivamente, com base nesse processo. A questão do desejo foucaultiano é subdividido e alicerçado por marcos históricos e por marcos conceituais, os quais são articulados na obra do autor através de rupturas e também de significativas continuidades. Os marcos históricos do desejo, no pensamento foucaultiano, são categorizados pelas vias da literatura, da política e da ética. Os marcos conceituais do desejo, no corpus da obra de Foucault, classificam-se nos delineamentos dos aphrodísia (Antiguidade), da carne (Cristianismo primitivo e tardio) e da sexualidade (Modernidade e Contemporaneidade). A irrupção de uma história da verdade, doravante o primado da questão do desejo em Foucault, vem a facultar a compreensão dos atos de liberdade e de uma produção da memória da vulnerabilidade. A verdade da concupiscência e a verdade do desejo, assim como o ceticismo da verdade e a ficcionalização da verdade, estão inseridos na reflexão de que a irrupção da história da verdade, embasada pelo desejo, no arranjo teórico de Foucault, oportuniza a reflexão de uma retomada da vontade autônoma, fundada em uma reapropriação da respectiva vulnerabilidade, por intermédio do indivíduo do colapso, como a tentativa de operacionalização de uma microrrevolução. A questão do desejo em Foucault enquadra-se na perspectiva de uma vontade de precedência, de um tornar-se outro, do exercício de um acontecimento assentado no sujeito que recalcitra, um sujeito encouraçado pela ideia de microrrevolução, isto é, a luta pela narrativa da memória da vulnerabilização, em outros termos, a memória dos embates nos subterrâneos da existência.