Ocupar, resistir e produzir: famílias assentadas e feiras agroecológicas na Região Metropolitana de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Chies, Jacir João
Orientador(a): Anjos, Flávio Sacco dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Sistemas de Produção Agrícola Familiar
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
MST
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14104
Resumo: O comércio de alimentos desempenhou um papel crucial na história da humanidade, influenciando a geopolítica global. Desde os antigos impérios até os conglomerados agroindustriais modernos, houve uma complexa interação de forças geopolíticas, avanços tecnológicos e questões sociais relacionadas à produção, distribuição e consumo de alimentos. A agricultura familiar ganhou reconhecimento oficial no Brasil, com a criação do PRONAF em 1995 e a Lei da Agricultura Familiar em 2006. Além disso, as redes agroalimentares alternativas surgiram como uma resposta ao comércio alimentar massivo, visando soluções mais sustentáveis e justas para a produção e distribuição de alimentos. A globalização do setor agroalimentar impactou a agricultura, levando países periféricos a focarem em monoculturas de exportação e a adotarem insumos modernos. As feiras-livres são espaços importantes para a comercialização de hortifrutigranjeiros. Entrementes, se nas feiras convencionais os produtos comercializados podem ser obtidos mediante o uso de agroquímicos, nas feiras agroecológicas os processos produtivos seguem rigorosamente os princípios da agricultura sustentável. O consumo de alimentos orgânicos agroecológicos está em ascensão, e as feiras agroecológicas desempenham um papel vital na economia solidária, permitindo a venda direta de produtos saudáveis a preços justos, fortalecendo comunidades e promovendo a conscientização dos consumidores sobre a origem dos alimentos. A presente tese tem como objetivo geral examinar a dinâmica das feiras de produtos agroecológicos existentes na região metropolitana de Porto Alegre a partir da perspectiva das famílias de assentados de reforma agrária implicadas nesse processo, com ênfase nos desafios, perspectivas, oportunidades e experiências acumuladas ao longo do período em que opera esta rede agroalimentar alternativa. As feiras da região metropolitana de Porto Alegre, como a Feira da Auxiliadora e a Feira do Lindóia, têm origens na cooperativa Copaero e desempenham um papel crucial na comercialização de produtos orgânicos. Além disso, a primeira Feira Orgânica da região também contribuiu para atender à demanda crescente por alimentos saudáveis. Essas feiras estabeleceram laços de confiança entre agricultores e consumidores, fortalecendo as famílias assentadas e promovendo a sustentabilidade. Os jovens agora veem a agricultura e a participação nas feiras como opções de carreira promissoras. Em resumo, essas iniciativas desempenham um papel vital na promoção de uma comunidade mais saudável e sustentável em Porto Alegre.